Empresas do roteiro turístico buscam novos clientes através da hospitalidade e de atendimentos personalizados
Foto capa: Marcelo Cedeño
Com o retorno gradual dos turistas após um período marcado por diversas catástrofes climáticas, a Rota Caminhos de Pedra em Bento Gonçalves, está se reconstruindo. Empreendimentos locais como a Pousada Cantelli, Pietra Trattoria, Casa da Erva Mate, Casa Fracalossi, Vitiaceri Casa das Cucas e Casa do Tomate relatam suas experiências e esforços para superar as dificuldades impostas pelos desastres recentes e suas estratégias para fortalecer o turismo e a economia.
Impactos das catástrofes
As chuvas torrenciais e as enchentes trouxeram desafios imediatos. Vanessa Pereira Cantelli, diretora da Pousada Cantelli, revela que, embora a estrutura do empreendimento não tenha sofrido danos físicos, os cancelamentos e remarcações foram frequentes, especialmente entre os meses de maio e setembro. “A nossa ocupação caiu em média 40% nesse período”, conta. “Com o fechamento do aeroporto Salgado Filho, muitos hóspedes do Sudeste optaram por outros destinos, impactando nossa receita”, complementa.
Para Luana Toseto, sócia-administradora da Pietra Trattoria, o impacto foi igualmente imediato e expressivo. Ela relata uma queda de até 95% no movimento no primeiro mês, reduzindo-se a cerca de 50% nos meses seguintes. “A população ficou com receio de circular pelas nossas estradas devido ao grande número de deslizamentos. Além disso, vários fornecedores acabaram não conseguindo nos atender no período, pois o transporte também foi afetado”, comenta.
Na Casa da Erva-Mate, a proprietária Jaqueline Margarete Bohm Ferrari teve impactos significativos. “Sofremos perdas por causa de desmoronamentos de barrancos na beira do rio, caiu a represa que mandava água para a roda de água na ervateira e ficamos completamente sem visitantes”, evidencia.
Já Andréia Fracalossi, da Casa Fracalossi, destaca redução significativa de clientes em maio e junho. “Tivemos desistências de grupos turísticos que eram de fora, que viriam para eventos na cidade, sendo remarcados para ano que vem. No mês da catástrofe, tivemos baixíssima procura para os almoços no final de semana, principalmente no dia das mães foi sentido, que foi a data mais proxima e é a mais procurada do ano depois do Natal”, frisa.
Maristela Pastorello Lerin, proprietária da Casa do Tomate complementa. “No período real das enchentes o empreendimento ficou fechado e foi realizada negociação com os colaboradores de troca de horas. Não se teve o apoio federal como no período da pandemia, porém, a união entre as entidades ligadas ao turismo foram fundamentais”, reitera.
Por fim, Jenifer Graef, proprietária da Vitiaceri Casa das Cucas revela as dificuldades. “Nos meses de junho e julho teve uma redução de 30% no fluxo de clientes, que o mesmo período do ano anterior”, conta.
Estratégias
A recuperação não tem sido fácil, mas as empresas seguem otimistas, apostando na fidelidade e na diversificação das experiências oferecidas. Vanessa explica que a Pousada Cantelli focou em redirecionar sua oferta, buscando atrair turistas de Porto Alegre e do interior do estado com pacotes ajustados para fins de semana. “Estamos esperançosos para 2025, especialmente para a temporada da Vindima e o inverno”, destaca.
Na Pietra Trattoria, a estratégia foi agregar valor à experiência dos clientes locais. “Criamos pacotes personalizados, como o jantar para o Dia dos Namorados, para que os clientes pudessem montar um jantar especial em casa”, detalha Luana.
Já a Casa Fracalossi tem focado em atrair o turismo local com descontos e novas ofertas, abrindo-se principalmente aos finais de semana. “Iniciamos ações de fidelização oferecendo descontos e promovendo a sequência italiana, para atrair o público que valoriza a gastronomia local e a cultura tradicional”, diz.
Desafios e perspectivas
Embora a retomada seja positiva, os empreendimentos da Rota Caminhos de Pedra ainda enfrentam desafios, especialmente pela lentidão no retorno dos turistas de outras regiões. A proprietária da Casa do Tomate, comenta que o momento é de cautela. “Os desastres afetaram a segurança e a disposição dos turistas, que, primeiramente, estão focados nas necessidades básicas e só depois no lazer”, explica Maristela. Ela acredita que a união entre as entidades turísticas tem sido essencial para sustentar o movimento local e dar apoio aos empresários.
Há otimismo entre os empreendedores quanto ao futuro. Vanessa e Luana concordam que a Vindima de 2025 será um marco importante, com a expectativa de novos visitantes. “Estamos prontos para oferecer um atendimento caloroso e personalizado, com uma experiência que os fará se sentir em casa”, finaliza Vanessa.
Confira mais fotos dos empreendimentos do Caminhos de Pedra: