A vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos, sem comorbidades, com o imunizante da Pfizer vai continuar sendo realizada no Rio Grande do Sul. A informação foi repassada pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), nesta sexta-feira, 17. Segundo a pasta, a vacina é a única autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em menores de idade. Segundo a SES, assim como a Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta pela continuidade, o Estado manterá a imunização deste público para conter a pandemia.
Na quarta-feira, 15, um novo lote de vacinas da Pfizer foi distribuído aos municípios gaúchos para iniciar a primeira aplicação nos adolescentes. Outro lote, contendo mais de 191,8 mil doses chegou na quinta-feira, 16, porém, acabou permanecendo guardado na Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunibiológicos para manter o produto mais tempo congelado e assim, evitar que doses sejam perdidas. “Os municípios ainda têm doses de Pfizer em estoque. Vamos entregá-las na próxima semana para diminuir o risco de perda de vacinas”, justificou a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri.
Em Bento Gonçalves, a imunização deste grupo ainda não foi iniciada. Segundo a prefeitura, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) aguarda a chegada das doses e novas orientações para decidir quais serão os próximos passos.
Em volta de polêmica está a nota informativa publicada pelo Ministério da Saúde que orienta pela suspensão da imunização em adolescentes sem comorbidades. O pedido vai contra a própria decisão do Ministério da Saúde feita há duas semanas e foi duramente criticada por entidades ligadas à saúde, como a de Infectologia e de Imunizações e também pela própria Anvisa.
Ainda ontem, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) e os conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) se posicionaram pela continuidade da vacinação contra a covid-19 de adolescentes sem comorbidades. O Conass e o Conasems, em nota, lamentaram as decisões do Ministério da Saúde. Os órgãos defenderam a autorização dada pela Anvisa e o uso em diversos países e disseram que a decisão do ministério foi tomada “unilateralmente e sem respaldo científico”, afirma do documento.
Até o momento, conforme dados do próprio Ministério da Saúde, foram registrados 1.545 eventos adversos entre os 3.538.052 adolescentes vacinados no Brasil, o que representa 0,043% do total de imunizados nesta faixa etária. Desse mais de 1,5 mil, erros de imunização respondem pela absoluta maioria, chegando a 93%.