No Rio Grande do Sul, um cenário preocupante se desenha com o aumento de casos suspeitos de leptospirose, o que tem mobilizado as autoridades de saúde do estado. O Laboratório Central (Lacen) está na linha de frente dessa batalha, analisando mais de 900 amostras coletadas de pacientes com suspeita da doença.

A Secretaria de Saúde do estado, em comunicado oficial, destacou que esse aumento está diretamente relacionado às recentes enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, aumentando consideravelmente a exposição da população à leptospirose. Até o último boletim, divulgado na segunda-feira, 27, foram notificados 1.588 casos suspeitos de leptospirose. Dentre esses, 922 estão em fase de investigação, o que representa uma preocupação adicional para as autoridades de saúde.

Segundo informações, cinco pessoas morreram em decorrência da doença no estado. A última vítima era um habitante do município de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre. Ainda há nove óbitos em investigação.

Com o intuito de diagnosticar rapidamente os casos suspeitos, o Lacen dispõe de dois testes: o teste de biologia molecular, RT-PCR, e o teste diagnóstico sorológico. Esses exames são fundamentais para identificar a presença da bactéria Leptospira no organismo dos pacientes e orientar o tratamento adequado.

Transmissão, Sintomas e Tratamento

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida principalmente pela exposição à urina de animais infectados, especialmente ratos. O contágio pode ocorrer através de lesões na pele, mucosas ou mesmo pela pele íntegra que tenha estado em contato prolongado com água contaminada.

O período de incubação da doença varia de um a 30 dias. Os sintomas mais comuns incluem febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (especialmente na panturrilha) e calafrios.

Ao apresentar esses sintomas, é crucial procurar atendimento médico e informar sobre qualquer exposição de risco. O tratamento com antibióticos é recomendado, conforme orientação médica, mesmo sem o diagnóstico laboratorial, com maior eficácia quando iniciado na primeira semana dos sintomas.

Foto: Gustavo Mansur/Secom