Se exercitar está no cotidiano de muitos bento-gonçalvenses. Isso é notório, principalmente após a pandemia, quando muitos deixaram de ir à academia para realizar exercícios em espaços públicos, especialmente ao redor da Praça Achyles Mincarone, no bairro São Bento e no Carvi (Campus Universitário da Região dos Vinhedos), da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

A estudante de estética Suelen da Silva, participa de competições e usa os locais como forma de se preparar para as provas. “Costumo fazer exercícios físicos todos os dias, porque gosto e para participar de maratonas. Ainda mais agora, com as corridas virtuais”, afirma.

A pandemia aumentou a frequência do treino da estudante. “Teve uma mudança radical, porque antes eu não dava valor, a gente podia vir a qualquer momento. Parece que foi um escape. Me ocupo para algo bom, para me sentir bem. É muito importante e muito gostosa a sensação de praticar atividades físicas”, conta.

Por morar perto da UCS, Suelen opta por frequentar mais o Campus para se exercitar. Entretanto, aos fins de semana, a praça São Bento é o local onde ela encontra a estudante de direito, Bianca Dall Agnol para práticas esportivas. “A gente planeja no final de semana, porque é o único dia que temos disponível juntas”, explica a futura advogada.

A ciclofaixa que fica entra as ruas Xingú, Carlos Flores e Herny Hugo Dreher, nos bairros São Bento e Planalto é usada também como espaço para corridas aos domingos e feriados. Porém, a estudante acredita ser necessário mais incentivo aos esportes na Capital do Vinho. “Acho que se tivesse mais estímulo para corrida, em criar competições, teria muito mais gente correndo, se dedicando. Atualmente vemos pessoas de cerca de 40 ou 50 anos. Dá pra ver eles correndo devagarinho, mas estão ali”, destaca Bianca.

Caminhadas e corridas são as práticas mais comuns na praça Achyles Mincarone

A professora aposentada Solide Tomedi explica que após o retorno das academias, faz caminhada três vezes por semana. “No primeiro mês, a pandemia alterou nossa rotina de exercícios, mas depois a gente caminhava de máscara mesmo e fazia os exercícios em casa”, lembra.

A comerciante Jussara Andreólio Tomasini relata que faz exercício para manter o corpo saudável. “Com essa pandemia, também faz bem para a cabeça, a mente”, afirma. Além disso, para ela, os espaços públicos estão bem conservados no município. “Acho que devem continuar mantendo as praças do jeito que estão, limpas e arrumadas. Quanto mais espaços verdes, melhor”, frisa.

Já o auxiliar de depósito Darlon Gomes pensa que a calçada teria que ser mais plana. “Várias vezes já caí correndo, pois ela é desnivelada. Os motoristas também param aos domingos no local onde corremos, dia que é proibido estacionar”, salienta.

Outra reivindicação de Gomes é por um espaço onde se possa correr não apenas aos domingos e feriados. “Às vezes a pessoas não vêm nos outros dias da semana porque não tem lugar para fazer a atividade”, explica.

O assistente de recebimento Thalisson de Lima acredita que seria melhor se a calçada fosse maior. “Muitas vezes vêm as pessoas do lado contrário e é necessário se desviar. Por causa da pandemia, ficamos com receio de vir em horários de pico, como na parte da tarde”, argumenta.

Atividades físicas: saúde e lazer

A professora Thayse Noskoski vai uma vez na semana até a praça da Igreja Redonda para realizar exercícios. “Começamos durante a pandemia a prática ao ar livre. Agora tem mais gente fazendo exercícios. Aos poucos as pessoas estão perdendo o medo”, acredita.
A personal trainer Abigail Somacal, que frequenta o local todos os dias com os alunos que atende, se preocupa com o bem-estar dos idosos. “Não concordo com a academia da praça, como profissional. Inclusive um senhor já se machucou, caiu, teve de ir para o hospital. Mas o resto é tranquilo”, pensa.

Prática habitual

Para a advogada Nayara Branco, fazer exercícios está na rotina de estudos. “Vou fazer a prova para delegada e estou treinando, mas sempre fiz esportes. Sou corredora amadora. Então, é por saúde e também hobby”, ressalta.

Por ter uma idosa em casa, a advogada afirma que o cronograma de atividades foi alterado. “Tenho medo de ter contato com outras pessoas, pois vivo com uma idosa dentro de casa. Tenho 40 anos e quero envelhecer de forma saudável. Pretendo ser uma senhora ativa e gosto muito do que o exercício me proporciona, a satisfação que dá”, frisa.

Distanciamento e uso de máscara devem ser observados na prática de atividades físicas

Sobre mudanças nos espaços públicos para exercícios, a reinvidicação de Nayara é por uma academia. “Só tem para terceira idade, mas não tem barra. Já vi em outros lugares e seria bacana se tivesse aqui. Além disso, há a necessidade de ter cuidado com os cães na praça, principalmente das raças Rottweiler e Pitbull, que oferecem perigo para quem se exercita”, pondera.

Fotos: Thamires Bispo