Temos na garagem um carro antigo que pertenceu ao Prof. Luiz Leduc, meu avô. O Eduardo descobriu este carro parado numa garagem onde estava há mais de 50 anos. Deixou de ser um carro “velho”, pois foi para uma reforma geral. Uma relíquia.
O Overland 1923 desfila nos finais de semana e o carro chama a atenção, pois é daqueles que o motorista tem que colocar a mão para fora fazendo de pisca-pisca e luz de freio. Tem pessoas que pensam que o motorista esta abanando. A gente também abana.
Para manter o Overland na sua originalidade, entramos numa associação de carros antigos (Veteran Car Club dos Vinhedos). Um exemplo de clube presidido pelo Leandro Mazzoccato.
O carro foi inspecionado por técnicos em antiguidades e fez jus à placa preta: IXI – 1923. Foi ótimo, pois a Lei dispensa assessórios que a modernidade introduziu nos automóveis.
Também não necessitaria de muitas coisas, exigências da segurança, pois tem pouco motor para as subidas e pouco freio para as descidas. Não anda mais do que 50 km/h (deve ter irmãos no Vietnam) e nas curvas o Eduardo se benze. O negócio é ir devagar, devagarinho e quase parando: três marchas.
Pois aceitamos o convite para que o Overland 1923 participasse do IV Rally dos Vinhedos e no sábado, 11/07/15, foi o primeiro carro a largar. Importante é lembrar que com carros deste tipo, no passado, até assaltavam bancos (o Xerife, a cavalo, era mais eficiente).
O primeiro percurso foi até a Vinícola Dal Pizzol. Uma aventura! Para o segundo percurso fizemos uma reunião preliminar: piloto, copiloto e navegador, de Veranópolis. Decidimos ir até Monte Belo. O Eduardo sempre a se benzer nas curvas e descidas. Na subida, dois senhores quase nos passaram a pé, caminhando.
Voltamos para Bento e o carro foi descansar. Só deixou a garagem de casa para se apresentar no lugar de chegada do Rally para comprovar que estávamos todos vivos e o carro inteiro.
A surpresa foi receber o telefonema da Arquiteta Katia informando que havia um troféu em seu escritório com a recomendação do Cini para que nos fosse entregue. Era do 3º Lugar. Na categoria Classic A – até 1935, competiam apenas três carros. Aleluia!