“De 1884 a 1890 a ex-colônia Dona Isabel passou a constituir o quarto distrito do município de São João de Montenegro. A viação, isto é, as estradas ou caminhos, naquela época deixava ainda muito a desejar, motivo pelo qual, foram organizadas comissões pró-emancipação, em vista que o comércio era nulo, pois o mercado mais próximo era em Porto Algre e São João de Montenegro era o ponto de embarque sobre o Rio Caí, cerca de cem quilômetros, de modo que muitos produtos, pelo seu preço, não podiam ser transportados, pois nãod eixavam margem alguma de lucro. A artéria principal (estrada) que servia de escoamento a todos os produtos desta região, era a estrada Buarque de Macedo, inaugurada em 1888, que seguia a trilha feita pelos tropeiros e também percorrida pelos imigrantes para chegarem aos barracões e aguardavam a distribuição dos mesmos para os lotes rurais. A estrada, muito íngreme partindo de São João de Montenegro, Maratá, Garibaldi, Bento Gonçalves, Alfredo Chaves (hoje Veranópolis), Nova Prata, Lagoa Vermelha, Navegantes e Curitibanos, estrada esta que custou ao governo milhares de contos, e que era quase intransitável.
Hoje, esse mesmo traçado da Buarque de Macedo é a BR 470.
Por acto Nº 474 de 11 de outubro de 1890, assinado pelo general Cândido Costa, as duas colônias Dona Isabel e Conde d’Eu, foram elevadas a município, tomando o nome de Bento Gonçalves, em homenagem ao chefe da Revolução Farroupilha, e Conde d’Eu, com o nome de Garibaldi, como segundo distrito de Bento Gonçalves.
Em 1900 foi desligado o território da ex-colônia Conde d’Eu, constituindo o novo município de Garibaldi. O governo do estado, sob a enérgica administração de um Júlio de Castilhos e de um Borges de Medeiros, quis glorificar um dos mais geniais de seus filhos, na gloriosa epopéia de 35, o General Bento Gonçalves da Silva e com a elevação de seu segundo distrito o herói de dois mundos: Giuseppe Garibaldi”.
Nota: Manoel Buarque de Macedo, bacharelou-se pela Escola de Engenharia Nacional do Rio de Janeiro, em 1856.
Foi político e engenheiro de renome nacional. Faleceu no cargo de Ministro, em 29 de agosto de 1881, em São João del Rei, Minas Gerais, aos 49 de idade. Em sua homenagem, a estrada de rodagem recebeu seu nome.
Fonte: As Colônias Italianas Dona Isabel e Conde d’Eu.
Rovílio Costa