Em 2017, serão mais de R$ 685 mil disponibilizados para o financiamento de atividades culturais em Bento Gonçalves. Dos 88 projetos encaminhados ao Fundo Municipal de Cultura (FMC), apenas 24 conseguiram pré-aprovação para seguir concorrendo ao aporte financeiro de até R$ 33 mil por iniciativa, através da secretaria municipal de Cultura. O número de trabalhos rejeitados impressiona, afinal, 72% não prosseguem no certame. Para o representante do Conselho de Política Cultural (CMPC) e da secretaria de Cultura, processo busca profissionalizar proponentes e seus respectivos projetos.
Para concorrer ao financiamento, os materiais encaminhados de abril a maio de 2017, precisam fomentar, incentivar e estimular a produção artística e cultural material e imaterial de Bento, apresentados por pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos. Após análise feita por uma comissão técnica, os trabalhos selecionados seguem para a votação final. Conforme o secretário municipal, Evandro Soares, não há necessidade dos projetos abrangerem apenas a cidade. “Eles são analisados de acordo com critérios estabelecidos na tabela de pontuação que consta no edital”, explica. “É necessário que 60% da equipe principal do projeto resida há mais de dois anos no município. Não há regra que obriga o projeto “abranger” a cidade”, afirma Soares.
Qualificação e profissionalização
Questionado sobre a quantidade de projetos rejeitados pelo FMC, o presidente do CMPC, Leandro Magnaguagno, afirma que muitos dos trabalhos encaminhados careciam englobar grande público. “Tinham seus méritos culturais, sem sombra de dúvidas, mas muitos deles eram “pobres”, que atingiriam apenas um público por serem individuais. Não beneficiaram a sociedade como um todo”, explica. Magnaguagno afirma que todos os participantes estavam cientes dos critérios de avaliação e que o FMC possibilita o diálogo entre as partes e a profissionalização da cultura. “Estamos no caminho certo. Sempre há o que melhorar. Por sermos uma cidade menor, conseguimos dialogar e apontar os caminhos para a execução dos projetos”, garante.
Segundo Soares, os trabalhos passam por avaliações técnicas, onde a secretaria não tem poder de decisão. “Os projetos que foram indeferidos no início, estão atrelados a falta de documentação. Já os que passaram pela avaliação seguinte, são definidos pela Comissão Técnica formada pelo Conselho Municipal”, garante. Soares acredita que o grande número de indeferimentos possa estar atrelado a baixa qualidade, aos olhos de quem está analisando os trabalhos. “Eu gostaria que mais projetos fossem aprovados. Porém, a decisão é técnica e passa por uma série de avaliações”, pontua. “Acredito que o Conselho selecione aqueles que realmente sejam bons para a comunidade. É uma forma de qualificar o que está sendo proposto e ao mesmo tempo fazer um bom investimento do recurso público”, aponta.08
De acordo com o edital, o projeto que não alcançar 70% da pontuação máxima total, não será analisado pelo Conselho. Em 2016, foram encaminhados mais de 100 projetos ao FMC. Destes, apenas 34 conseguiram aprovação final.