Bento-gonçalvense, natural da Linha Zemith, Rejane Ferrari Enderle é uma pessoa corajosa, perseverante e feliz, leal aos seus princípios e a sua personalidade. De um coração enorme e cheio de gratidão, divide sua vida com Rubens, seu companheiro há mais de 20 anos, e é mãe de Paloma e Alice, suas melhores joias.
Geminiana, é a irmã caçula de uma família de três irmãos, filha de Lucindo e Angelina Toniollo Ferrari (ambos in memoriam). Sente muito orgulho de suas origens e recorda, com muito apreço, as lembranças de sua infância ao lado de seus familiares. Concluiu o ensino fundamental através do supletivo, com muito esforço e dedicação. “Comecei a trabalhar desde sempre. Lembro-me de mim pequena, aos seis anos, lavando a louça do café, mantendo o fogo aceso e, conforme o tempo foi passando, tive mais atribuições. Com doze anos já fazia comida, lavava a roupa de todos os integrantes, fazia pão no forno. Minha mãe ia para a roça e não se preocupava com os afazeres domésticos, pois eu dava conta de tudo”, lembra. Além destes detalhes, ela frisa que um dos momentos mais especiais e lembrados é da família unida, celebrando bons momentos. “Minha mãe fazia um molho delicioso e comíamos com um pão fresquinho, aos sábados. Então, volta e meia esta lembrança aparece, pois era um dia que eu esperava, feliz, de família reunida. Outros momentos especiais eram as visitas dos tios e primos, que faziam os nossos encontros se tornarem mais alegres”, pontua. Os encontros com as amigas de infância e após, na adolescência, também é lembrado. “Quando crianças nos reuníamos para brincar e depois, mais adultas, íamos para as reuniões dançantes, conversávamos e compartilhávamos bons momentos”, recorda.
Guiada por seus valores, Rejane não desiste do que quer tão facilmente. Prestativa, busca ver o lado bom das coisas, revelando, em cada passo, uma trajetória pautada com muito sentimento. “Não desisto daquilo que quero e busco fazer tudo com muito amor. Só tendo amor pela família, pelas pessoas, pelo trabalho, faz com que a gente vá em frente. Além disso, procuro fazer tudo com muita lealdade. Claro que às vezes a gente falha, mas procuro ser leal aos meus princípios, às pessoas, de ser correta, ser honesta, e dar valor ao trabalho”, aborda.
Muitas coisas boas que Rejane aprendeu foram a partir de deliciosas leituras. Uma delas foi o livro ‘Ostra feliz não faz pérola’ e, baseado nele, pontua algumas questões. “A gente sempre busca crescer como pessoa. Muitas coisas me fizeram tentar algo diferente, nem sempre deu certo, mas pelo menos fui lá e tentei. Me defino como uma pessoa corajosa por querer ir em busca de mais, de ousar e fazer acontecer”, considera.
Maternidade
Paloma e Alice são as joias mais raras da vida de Rejane. Ela esclarece que sempre teve o sonho e desejo de ser mãe e que isso foi concretizado com a chegada das herdeiras. Porém, antes disso, outras crianças já haviam roubado a cena no coração desta mãe. “Tenho meus sobrinhos, que também considero como filhos, pois morávamos na mesma casa, os vi nascer e crescer, por isso falo que eles também são meus filhos”, esclarece.
Suas filhas foram aguardadas com muito amor e as mudanças na sua vida começaram a ocorrer aos poucos, revelando a responsabilidade que estaria por vir daí por diante. “Quando você fica grávida, começa a ver a vida com outros olhos, outra perspectiva. Tu passas a ser mais sensível, a ter mais empatia, a sentir as coisas de maneira diferente. Só sendo mãe para saber qual é o sentimento”, frisa.
Para ela, todos os momentos são guardados como lindas lembranças, apesar de alguns percalços pelo caminho. “Um filho não vem com um manual de instrução, cada um tem a sua personalidade e temos que saber lidar com isso. Hoje, olho para minhas filhas e penso que são pessoas do bem, e que, por elas, sinto o amor mais sincero e puro”, revela.
Carreira
Há quase dois anos, Rejane e o esposo resolveram dar um passo a mais em suas histórias. Resolveram empreender e são os proprietários da Casa Adesso, em Faria Lemos. Porém, esta história já vem de tempos. “Somos produtores de uva orgânica, produzimos há dez anos. Os clientes e turistas vêm e a gente comercializa os produtos: eles vão até o parreiral, escolhem e colhem a própria uva. Entretanto, conversando com algumas pessoas, elas nos incentivaram a fazer algo que pudesse ser aproveitado o ano todo”, lembra.
Aos poucos, a intenção foi sendo amadurecida. “Tivemos a ideia de ter algo para vender os produtos que a gente faz, como o pão, biscoito, cucas, e outros regionais da localidade. É um novo aprendizado. Agora, pretendemos agregar outras experiências”, explica. Um detalhe importante é que os produtos comercializados no local são receitas de família, passadas de geração para geração. “Queríamos ter este resgate, para que o conhecimento e as receitas passadas pela minha avó, pela minha mãe, não se perdessem. Foi isso que fizemos aqui também”, pondera. Por isso, cada detalhe na vida de cada pessoa é importante. “Adesso é agora e o agora é o melhor momento de nossa vida, o mais feliz”, salienta.