Como é difícil decidir. Insocial ou antissocial? Chocolate branco ou preto, sushi ou churrasco, ir dançar ou ficar assistindo, persistir ou desistir. Sentimos essa dificuldade porque pensamos com o coração e a razão e ainda não encontramos o caminho certo. Desistimos do coração pela razão erroneamente e vice-versa. Não distinguimos ainda o que é certo (para nós) e o que nos faz bem.
Tem muito de libriana nisso tudo sim, mas a verdade é que todos sofrem tomando decisões. Passamos o dia inteiro fazendo isso, desde o momento em que abrimos os olhos. Temos que decidir qual pensamento desenrolar, levantar ou ficar mais cinco minutos, qual roupa usar, qual brinco, qual calçado, o que tomar no café da manhã, entre milhares de outras situações que acontecem ao longo do dia. Por isso, à noite, estamos mais propensos a comer demais, porque estamos cansados de decidir (conclusão mais aleatória impossível, mas bem real).
Muitas vezes, buscamos refúgios em meio ao caos das decisões diárias, das perdas e dos ganhos, dos amores e das dores. Seja com amigos, familiares e conhecidos. E, muitas vezes, temos mais facilidade de conversar sobre qualquer coisa com pessoas que não são tão próximas. Nos abrimos e até buscamos conselhos dessas pessoas.
E, porque nos sentimos mais à vontade (em geral) em contar nossa história, nossos pontos fracos e até nossos erros para pessoas que não são tão íntimas? Você pode ouvir da sua irmã a vida inteira que precisa melhorar em alguma coisa, mas quando um desconhecido falar em um vídeo na internet, você escuta e diz: ele tem razão. O seu funcionário pode dar várias ideias bacanas para o seu negócio, mas você não lhe dá nenhum crédito, porque você acha ele bom o suficiente para estar ali, mas não tão bom quanto você. Então uma empresa ‘de fora’ dá a mesma ideia e você paga 30 vezes mais pelo mesmo trabalho, e de quebra, menospreza uma pessoa que mais cedo ou mais tarde, vai desistir de sonhar o seu sonho todos os dias por você.
Vamos longe demais quando ficamos surdos ao mundo para bater no peito e dizer que a sua opinião não importa. Muitas vezes nos fechamos tanto em nosso casulo, que não entra nada de ruim! Mas também, nada de bom. Temos visões diferentes, enxergamos o que ninguém mais pode ver, e privilegiado de quem consegue estar aberto para julgar o que é para sua própria serventia, seja de uma crítica ou um elogio.
É impossível não pensar na bola de neve que isso causa. Pessoas tristes e frustradas, rancorosas, ranzinzas e mal amadas, achando que sabem tudo sobre tudo. Às vezes, precisamos ouvir uma segunda opinião. Coisa de médico, sabe? Certeza que nenhum dedo vai cair, se alguém estiver certo e você não. Já é sabido que se conselho fosse bom, não seria dado, seria vendido. Mas não pense nisso como uma ordem. Troquem de opiniões, escute quem se importa e está ao seu redor e faça isso também. Temos nas mãos todas as ferramentas para nos comunicarmos, com qualquer pessoa do planeta. Seria uma gafe perder para a tecnologia, tão impotente sem a nossa essência.