Renegociações no valor do aluguel e retomada de novos investimentos para compra estão em alta na cidade
O setor imobiliário teve um grande momento no início da década, com o aumento de linhas de crédito para financiamentos, baixa na taxa de juros juntos aos bancos e, um maior poder aquisitivo da população. Porém, o cenário que estava favorável acabou em queda impulsionada pela crise política nacional que afetou a economia. Aos poucos, o mercado reaquece para investimentos, seja para moradia própria, como também de forma rentável, a partir dos aluguéis.
A pesquisa recentemente divulgada pela Câmara Brasileira de Indústria da Construção (CBIC), com números referentes a 2017, aponta que investir na área de imóveis voltou a ser rentável. Segundo os dados, houve uma redução do estoque de imóveis de 12,3%, em função de um aumento nas vendas de 9,4%. A entidade projeta para 2018 um crescimento de 10%. Fatores como o aumento da demanda nos últimos meses, queda na taxa de juros, diminuição da oferta, e preços estáveis nos últimos anos são citados como indicadores de que o setor está, aos poucos, reaquecendo.
O Presidente da Associação das Empresas da Construção Civil da Região dos Vinhedos (Ascon), Adriano Marcelo De Bacco, confirma essa perspectiva de melhora no setor. “O mercado imobiliário para o próximo semestre de 2018 segue uma tendência de crescimento. As taxas de juros estão em queda, à redução das dívidas das famílias é um fator positivo e o aumento do índice de confiança apontam para um cenário favorável para quem quer fazer investimento a longo prazo e consequentemente para um acréscimo das vendas”, diz.
Em termos locais, o mercado ganhou recentemente segundo De Bacco, um fator positivo para alancar as vendas. “A aprovação do Plano Diretor pela Câmara Municipal, dará outro norte aos investimentos e lançamentos que estavam parados. Construtores e investidores estão se movimentando para tão logo seja sancionado pelo Prefeito Municipal realizarem seus investimentos”, entende.
A retomada nas vendas e investimentos é confirmado por Marinês Briansini, proprietária de uma imobiliária. Ela ainda projeta um aumento ainda para esse ano. “Está sendo gradual a melhora nas nossas vendas. Em 2016 não tivemos um bom percentual. Já no ano passado, houve uma melhora e agora estamos com aumento de 30% nas vendas. A expectativa é de mantermos esses números até o fim deste ano”, diz.
De acordo com Marinês, uma série de motivos está ajudando na retomada do setor. “Os juros do banco baixaram e o pessoal não está deixando o dinheiro lá, está investindo em imóveis até pelo retorno de aluguel que também está sendo mais rentável, como também para própria moradia”, pontua.
Há quem analise o momento e o decorrer do ano no setor de forma cautelosa no quesito vendas, como Joel Antonio Razera da Silva, sócio-gerente de uma imobiliária. “ Não vi grandes mudanças em termos de compra de imóveis. A maioria das pessoas que detêm o poder aquisitivo e é da região, procura ter os pés no chão para fazer negócio, ao contrário dos grandes centros em que se depende de financiamentos de bancos para complemento de crédito. Aqui, a movimentação do mercado está com essas pessoas e o que se percebe é que as que já possuem um imóvel, colocam ele no negócio para um novo, elevando seu patamar de conforto. Agora, investimento como rentabilidade é pouco”, analisa.
Em contrapartida, a questão de aluguéis cresceu e movimentou de certa forma o setor, conforme Silva. “Com o crescimento do programa Minha casa, Minha vida, o pessoal passou a fazer a compra, mas com a crise, se voltou aos aluguéis. Até um tempo atrás se procurava uma renegociação para baixar os valores, agora com uma certa estabilidade financeira das pessoas, há uma retomada na valorização do aluguel e quem investiu lá atrás, começa a ter retorno. Bom para quem investiu e de certa forma ruim, para quem vive de aluguel”. diz.
Alternativas para vencer a crise
O Presidente da Ascon, revela estratégias para resultados positivos, em caso de nova crise vinda das eleições deste ano.“As indefinições quanto à política econômica geram incertezas. Temos que fortificar e solidificar as nossas empresas para não sermos atingidos por esses contratempos políticos. O cenário será favorável a quem desenvolver alternativas, e principalmente novos produtos com objetivo de satisfazer as necessidades dos clientes com bons preços”, diz.
Conforme Adriano, este é o bom momento para compra e investimento. “Os preços estão competitivos, e este é o momento devido a oferta que o mercado esta tendo, o bom relacionamento com a instituição financeira, que faz com que o juros sejam ofertados ao cliente com taxas muito atrativas”, analisa.