Além da paralisação do transporte de serviços essenciais, como produtos e cargas, o projeto turístico “Trem dos Vales”, que liga as cidades de Muçum e Guaporé, também foi temporariamente suspenso este ano devido aos danos na infraestrutura

A recuperação da malha ferroviária do Rio Grande do Sul, severamente danificada por deslizamentos de terra e chuvas intensas ocorridas em maio, enfrentará um custo estimado em mais de R$ 3 bilhões. O extenso trabalho de reconstrução afetará pelo menos 800 quilômetros de trilhos e poderá levar anos para ser concluído, afetando significativamente a logística e o transporte na região.

De acordo com os dados mais recentes, cinco pontes e vários viadutos também necessitarão de reparos substanciais. As áreas mais atingidas incluem o Vale do Taquari, Rio Pardo e a Serra, onde as estruturas de infraestrutura ferroviária foram particularmente afetadas.

Atualmente, a responsabilidade pela malha ferroviária está com a empresa Rumo Logística, que está na fase final de seu contrato de concessão, o qual se encerra em 2027, após 30 anos de concessão do Governo Federal à iniciativa privada. Para que a Rumo Logística assuma a recuperação das vias danificadas, seria necessário prorrogar o contrato ou acordar um ressarcimento após a conclusão das obras.

As discussões estão em andamento com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para encontrar uma solução viável para a recuperação da malha ferroviária. Enquanto o debate prossegue, serviços essenciais, como o transporte de produtos e cargas, estão paralisados. Além disso, o projeto turístico “Trem dos Vales”, que conecta as cidades de Muçum e Guaporé, foi temporariamente suspenso este ano devido aos danos na infraestrutura.

Caso o governo opte por encerrar o contrato de concessão atual e iniciar um novo processo de contratação para a reconstrução, os trechos afetados podem permanecer bloqueados por mais dois anos e meio. A situação impõe desafios significativos tanto para a logística regional quanto para a recuperação do turismo ferroviário.

Em nota, a Rumo Logística informou que continua a buscar alternativas para resolver a situação dos trechos afetados. “Dada a complexidade e abrangência da situação, ainda não é possível estimar prazos sobre os procedimentos necessários. A empresa segue em diálogo com o Governo Federal e demais autoridades competentes do setor para avaliação conjunta do cenário”, declarou a empresa.

Foto: Sindicato dos Ferroviários do Rio Grande do Sul (Sindifergs) / Divulgação