A resiliência de Santa Tereza frente aos desastres climáticos de 2023 e, mais recentemente, de maio de 2024, manifesta-se agora na concretização de um anseio fundamental para dezenas de famílias: a casa própria. O programa “A Casa é Sua – Calamidades”, uma iniciativa do governo do Estado, é o motor propulsor dessa reconstrução, embora o caminho até a entrega das chaves tenha sido marcado por desafios e pela incansável atuação da administração municipal.
A viabilização das moradias, conforme apurado pela reportagem junto à administração municipal de Santa Tereza, é fruto de uma articulação que envolveu o governo estadual e a prefeitura. “Toda a infraestrutura dos terrenos foi executada previamente pelo município, de forma adequada às exigências impostas pelo método construtivo determinado pelo estado”, explica a assessoria da administração municipal.
O local das novas construções, inclusive, já havia sido preparado para loteamento em meados de 2022. No entanto, a intensidade dos eventos de 2023 demandou adaptações significativas para atender às famílias cujas casas foram condenadas ou totalmente destruídas na tragédia.
O andamento das obras tem sido um ponto de atenção contínua para a administração municipal. Embora a execução seja de responsabilidade do governo do Estado e da empresa vencedora do processo licitatório, o poder executivo de Santa Tereza tem mantido uma postura vigilante e de cobrança. “Desde o início das construções, o poder executivo municipal segue cobrando agilidade e cumprimento do cronograma da obra”, afirma. Contudo, atrasos em diversas etapas foram registrados, resultando no adiamento do prazo de entrega inicialmente previsto. “Cabe ressaltar que atrasos em diversas etapas da obra foram registrados, descumprindo, desta forma, o cronograma e fazendo com que o prazo de entrega fosse postergado”, completa. Além da construção das casas, a necessidade de erguer muros de arrimo para garantir a proteção das habitações foi diagnosticada e incorporada ao projeto. A expectativa, caso não haja novas alterações e oscilações climáticas severas, é que as moradias sejam entregues entre o final de agosto e o início de setembro.
Beneficiados
A seleção das famílias beneficiadas foi conduzida com base em critérios rigorosos e ancorados em legislação específica, visando à transparência e à justiça social. “Desde o episódio climático, o município demonstrou preocupação em atender a todas as famílias que perderam, tiveram seus imóveis condenados nos eventos climáticos ou que residam em áreas de risco de inundação”, detalha. Editais de inscrições foram lançados, possibilitando que as famílias aptas fossem devidamente contempladas. No total, 24 famílias foram selecionadas, cumprindo as exigências estabelecidas nos editais e nas leis pertinentes.
As novas residências, projetadas para oferecer conforto e segurança, são pré-fabricadas, com lajes e paredes pré-moldadas em concreto armado, erguidas sobre base de radier. Cada unidade possui uma área total de 44,33m², distribuídos em dois quartos, sala e cozinha conjugadas, um banheiro e área de serviço. Esse layout busca otimizar o espaço e atender às necessidades de famílias de diferentes composições.
Para além da infraestrutura habitacional, o apoio às famílias atingidas se estendeu à doação de bens essenciais. Questionada sobre a existência de projetos para viabilizar a aquisição de móveis, a assessoria da administração municipal afirma que essa necessidade já foi suprida em grande parte. “Todas as famílias já foram agraciadas com doações de móveis, tanto no episódio climático de setembro de 2023 quanto após o evento de maio de 2024”, esclarece. Além de móveis, as famílias também receberam eletrodomésticos e valores destinados via pix, um esforço conjunto para amenizar as perdas e contribuir para a reconstrução completa de suas vidas.