A má situação econômica está atingindo a indústria alimentícia da cidade. O presidente do Sindicato da Indústria da Alimentação de Bento Gonçalves (Sindal), Valdecir Durli, aponta os índices de queda e diz que o setor de congelados é o mais atingido, com a diminuição média de 7% no faturamento. As vendas de massas também tiveram queda de 3,3% e as comercializações de farinhas e biscoitos estão estagnadas. A indústria de carnes ainda tem saldo positivo de 4%.
Durli diz que a situação ocorre devido à baixa nos demais setores da economia, que está afetando o poder de compra dos bento-gonçalvenses e, consequentemente, as suas escolhas na hora de ir ao supermercado. “A situação está complicada porque não foi uma queda rápida e um retorno de vendas, são saldos negativos que vêm desde o início do ano e não têm previsão de melhora”, afirma. Segundo ele, a matéria prima e o clima também são determinantes. “O setor oscila muito devido à matéria-prima, principalmente das importações de trigo. O fator clima e mercado da oferta e da procura são determinantes para o estabelecimento do preço”, explica.
Segundo ele não ocorreram demissões no setor por estes motivos, por enquanto outras medidas estão sendo tomadas. “Não houve demissões, mas também não houve aumento nas admissões. Um problema sério é a falta mão de obra qualificada”, destaca. Entre os profissionais mais solicitados estão os padeiros, confeiteiros, cozinheiros, auxiliares de produção, motoristas e auxiliares de limpeza.
Como medida provisória, os empresários do setor investem em novidades para atrair, de alguma forma, mais compradores. “O setor é muito eficaz, pois as empresas trabalham intensamente com lançamentos de novidades para atrair clientes novos, fidelizar os antigos e satisfazer os mais variados gostos”, coloca. Ele também destaca que os consumidores, não só em Bento, mas em todos os lugares, são extremamente exigentes e trocam de estabelecimento com muita facilidade na busca de melhor produto e menor preço.
Durli diz que apesar do esforço dos empresários, os governos não adotam medidas de auxílio ao crescimento econômico. “Todos nós somos otimistas, mas a falta de uma boa administração pública nos prejudica muito. Não há políticas públicas que incentivem e mantenham as empresas com vontade de ter crescimento e criar empregos”, lamenta.
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