Segundo o edil, é necessária a retomada, com urgência, das instituições de ensino normais e dos cursos profissionalizantes
Em seu espaço na tribuna na tarde de segunda-feira, 12, durante a sessão na Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves, o vereador e presidente do poder legislativo, Rafael Pasqualotto, defendeu a urgência do retorno à atividade escolar e aos cursos profissionalizantes. Segundo o edil, esse posicionamento, acima de tudo, “é de um pai de um adolescente e de uma menina e que convive diariamente com essa situação”.
De acordo com Pasqualotto, há algum tempo ele defende essa bandeira, com a #eudecidopelomeufilho. “É o pai que tem a prerrogativa de educar o filho. Você sabia que se até os 16 anos o filho quebrar a janela de um carro, o pai é responsabilizado? Ou seja, se sou incumbido pelos atos dele, tenho que ter, pelo menos, o direito de decidir pela educação dele. Em virtude disso que tenho falado muito sobre a reabertura das escolas”, comenta.
Conforme o vereador, algumas ações poderiam ter sido efetivadas desde o início da pandemia. “O governador, arrependido da besteira que cometeu lá atrás, agora vem com esse papo furado de que está, com todas as forças, tentando junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) com que libere gradativamente o retorno às aulas, mas esquece que foi ele quem provocou isso. Nós tínhamos que desde o início ter protocolos nas escolas, cuidado com a vida humana, ter tido realmente uma segurança. Começaram vacinando os idosos e nada mudou. Enfim, já tinha todo esse pânico e quer voltar atrás. Agora é tarde. O Ministério Público, que até então era contrário, está vendo os prejuízos causados às crianças e está pedindo uma habilitação ajuizada pelo estado e quer também o retorno. Todo mundo está vendo que as crianças estão com dificuldades em casa”, salienta.
Segundo Pasqualotto, muitas coisas estão em jogo, especialmente, no que tange a área educacional e psicológica de todos os estudantes. “A parte didática, pedagógica e social da criança. Vamos ter problemas ali no futuro, pois os sete anos não voltam. Os dez anos fundamentais da vida dela também não voltam. Cada série conta e é primordial para o crescimento. Se perder, não retorna mais. Agora o Ministério Público, vendo tudo isso, está pedindo ao STF que libere. Todo mundo vê isso. Tenho um rapaz de 16 e uma menina de quatro, sei em casa o que é isso. Aqui é um pai que fala, não é um vereador ou presidente. Por isso, é urgente o retorno”, considera.
Profissionalização
A fala foi embasada especialmente em uma carta aberta escrita ao povo gaúcho pela União das Escolas de Educação Infantil do estado, a totalidade das escolas privadas representadas pelo Sindicreches, Sinpré e Associação das Escolas Privadas do Rio Grande do Sul, na qual o vereador fez questão de comentar alguns pontos nela descritos. Um deles é que hoje o setor conta com mais de duas mil escolas privadas de educação infantil, 180 mil crianças, 50 mil empregos diretos e indiretos. O outro é que o futuro breve que a associação vislumbra é de falência total do sistema de ensino, pois, com a ausência da rede privada, também vai prejudicar o estado. “O mais preocupante não é a questão empresarial, nem o estabelecimento privado de ensino, mas, sim, as crianças, o estudante, aquele que precisa se profissionalizar e crescer. Aqui faço um apelo, aproveitando a visita de um proprietário de uma escola de curso profissionalizante, que também estão marginalizados nesse processo todo. Ninguém está percebendo que as escolas de cursos profissionalizantes estão pagando um preço juntamente com toda a educação e eles não são atrelados ao MEC, não são educação regular formalizada, cursos livres que em período pandêmico cujo emprego formal é fundamental. Fica um apelo não somente pelo retorno da rede privada e pública, mas dos cursos profissionalizantes para capacitar nossa população, se não os prejuízos serão maiores e geral. Vamos estar levantando essa bandeira no município, indo até a nossa procuradoria para que chame a atenção dela, e do governo do estado para essa área. Tudo bem se for feito com segurança, protocolos, mas com porcentagens de 10%, 25% não dá, pelo menos metade”, ressalta.
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