*Por Simone Taffarel Ferreira
Spencer Johnson é um autor de livros motivacionais como “Quem mexeu no meu queijo?. Uma parábola que revela verdades profundas sobre mudança. É uma história sobre quatro personagens, dois ratos e dois humanos, que vivem em um labirinto em eterna procura por queijo, que os alimenta e os faz feliz. E se fizermos uma analogia a parábola com novo título: “Quem mexeu no meu livro? “, e denominarmos os personagens que fazem parte da Educação no Brasil, que são de suma importância para a construção de um capital humano, com competências e habilidades para a realização das atividades laborais. Há 10 anos , os personagens poderiam ser citados como Família, Aluno, Escola, Professor, Governo e Livro. Estes, sofreram mudanças em função de questões demográficas, tecnológicas, sociais, políticas, econômicas, geracionais e culturais, pois passaram por transformações que ainda demandam adequações. A Pandemia foi um acelerador sem freios e sem controle eletrônico de estabilidade. Mas, vamos aos novos conceitos dos personagens.
Família: é mais que família, são os Laços Afetivos, possui como premissas o afeto e a dignidade da pessoa humana, o que vai além de um meio familiar constituído pelo casamento e unido pela herança genética, agora, são os laços afetivos que determinam as relações familiares.
Aluno: conectado 24 horas por dia, tem acesso a informações ou desinformações, que por vezes julgam em suas redes sociais. São ansiosos, não estão dispostos a esperar muito tempo e não irão curtir, o conhecimento se não enxergarem valor. Temos alunos de mais idade, considerando que a aprendizagem é para toda a vida. Precisamos qualificar e ampliar o diálogo com estes perfis geracionais.
Escola: há um esforço descomunal por parte das Escolas para se adaptarem as realidades, mas ainda há lapsos no sistema educacional, que se esmera por aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos. Existem avanços, considerando um caráter mais amplo de como avaliar o que se aprendeu, mas ainda há muito chão pela frente.
Professor/Educador: passou a ser o profissional da educação, mediador e facilitador do conhecimento, vai muito além da interação e de ensinar. Desenvolver o senso crítico, entre outros aspectos, contribui muito para a inserção no mercado de trabalho, bem como para a qualificação e atualização dos que possuem mais experiências e mais idade.
Governo: todos os níveis e modalidades para Educação, foram organizados na Lei de nº 9.394/1996 das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), quase 30 anos. Ela veio substituir uma Lei de 1971. Governos que mudam Diretrizes Educacionais a cada 25 ou 30 anos deveriam se preocupar muito mais em atender as demandas da sociedade, do mercado, da atualização dos professores, da impaciência dos alunos.
Livro: o livro é uma forma de simbolizarmos o conhecimento, a ciência e a inovação, que nos permite fazer um exercício de imaginação, buscando reescrever os desafios, tornando-os oportunidades. E aí vem a pergunta: Quem mexeu no meu livro?
Estamos em um labirinto. Mesmo com todos esforços, estamos na eterna procura de uma educação, que sirva como motor para as transformações da sociedade. Assim teremos cidadãos mais autônomos, criativos, críticos e reflexivos. E há um outro personagem, coadjuvante, que deve ser um dos grandes protagonistas, juntamente com o governo e sociedade. As organizações privadas que ocupam uma função estratégica.
Mexer no livro, é dar voz a todos os personagens, é reescrever a história para que ela possa ser contada e compartilhada com muito orgulho, rumo a uma sociedade mais dinâmica e justa.
* CT Educação – Contadora – Professora/Educadora Universitária da UCS