Um projeto que nasceu em Bento Gonçalves ganhou reconhecimento nacional essa semana, quando o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) conferiu prêmio aos melhores projetos desenvolvidos pelos MPs brasileiros. Dentre os ganhadores, está o Projeto Pacificação das Escolas: Um olhar restaurativo do Ministério Público do Rio Grande do Sul, desenvolvido e coordenado pelo Promotor de Justiça Elcio Resmini Meneses, nos colégios da Capital do Vinho.
Ao todo, era 1.030 projetos brasileiros concorrendo ao prêmio. Dentro da categoria Transformação Social, na qual havia 184 concorrentes, o Ministério Público de Bento ficou em 3° lugar. A premiação aconteceu em Brasília, na quarta-feira, 21 de agosto. “O troféu real é ver que um projeto que a gente lançou a semente está sendo colhido através do trabalho e dedicação de cada um. Claro que quando nacionalmente se reconhece que o se propôs aqui, de forma pequena, crescendo devagar e já chega a um reconhecimento nacional, o significado é de motivação para continuar”, define o promotor Meneses.
Pacificação nas Escolas
A ideia do projeto surgiu em 2013, com intenção de trabalhar relações mais saudáveis dentro das escolas. Na prática, o trabalho é baseado em uma metodologia chamada de Círculo de Construção de Paz. Para isso, profissionais da área da educação recebem uma formação, onde passam a ser considerados os facilitadores do trabalho. “É feito com os alunos, então os facilitadores formados, que são os professores, vão para suas escolas e vão trabalhar isso. É um processo circular realmente, onde as pessoas sentam em círculo, existe o que a gente chama de objeto da palavra, ou seja, cada um tem o seu momento de falar”, explica Meneses.
Em 2017, quando o projeto ganhou vida, foi construído em 20 municípios da região. Com o sucesso, outras cidades também demonstraram interesse. Hoje, o projeto alcançou 85 cidades gaúchas. “A ideia é trazer mais paz nas relações de escolas e isso tem funcionado muito bem. A gente pensa que algo tem que ser feito de diferente, porque não estamos encontrando solução no tradicional, cada vez tem mais processos, as pessoas brigam mais e vem para o Fórum, para a delegacia e a gente vê que as violências estão aumentando por qualquer banalidade”, acredita o promotor.