Passados 90 dias desde a implantação da faixa seletiva em Bento Gonçalves, o tema ainda gera polêmicas entre a administração pública e comerciantes. Várias reuniões foram realizadas para debater o assunto e a Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana afirma que, por enquanto, projeto não será ampliado, mas continuará existindo nas ruas onde foi implantado. Hoje, a faixa da direita é exclusiva para ônibus e táxis na Júlio de Castilhos e Barão do Rio Branco, totalizando cerca de dois quilômetros.
Primeiramente contrários às faixas, os comerciantes agora sugerem a flexibilização dos horários, que se estendem das 6h às 19h. “Temos certeza que, fora do horário de pico, o espaço pode ser usado para estacionamento e para carga e descarga. Também reivindicamos que fosse feito um estudo por uma empresa qualificada para fazer o planejamento de mobilidade urbana”, sugere o comerciante Daniel Dal Magro. “Vários colegas disseram ter prejuízo de até 45% desde a implantação. O que fizeram com o hotel foi um descalabro, colocaram em risco a vida dos turistas ao deixar o espaço para desembarque do outro lado da rua”, ressalta.
Sobre as propostas dos comerciantes, o secretário adjunto de Mobilidade Urbana, Vanderlei Alves Mesquita, afirma que elas são inviáveis. “Precisamos de pelo menos uma hora para tirar um carro que está em lugar proibido. Se flexibilizo e alguém estaciona fora do horário permitido, nem adianta ter a faixa”, explica.
Ele complementa que o transporte público deve ser prioridade. “Foram tiradas apenas 24 vagas na extensão da rua. Em todas grandes cidades existe faixa seletiva, isso deve ser prioridade sempre. Temos que favorecer essas pessoas que precisam do transporte público”, diz.
Na opinião do técnico Oscar Biasin, é preciso mais estudos técnicos. “Os corredores de ônibus são muito obsoletos para as ruas centrais. É importante também que os veículos sejam mais confortáveis, que os pontos de paradas mais aparelhados devido ao clima e que seja feito um projeto amplo de linhas, horários e itinerários. Seria simples viajar até Caxias do Sul para se copiar como foram construídos os corredores. A sequência de frenagens e de arranques sobre o atual piso vai deformar o asfalto em menos tempo que se possa imaginar”.
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