Educandário foi desativado há cerca de um ano e comunidade aguarda para poder dar início ao novo projeto
Desde o final do ano passado, está em andamento o processo para transformar o espaço onde funcionava a Escola Estadual de Ensino Fundamental (EMEF) São Pedro em um educandário associativo, ou seja, mantido e gerenciado pela Associação Caminhos de Pedra.
Desativada há cerca de um ano por falta de alunos, o projeto surgiu com o intuito de dar vida novamente para a escola da comunidade, visando, principalmente, garantir a manutenção das tradições locais.
A ideia é a aplicação de uma metodologia diferente, com a aprendizagem das disciplinas obrigatórias, mas também com um trabalho em outras frentes, especialmente culturais, como ensino do dialeto Talian, da gastronomia, música, entre outras atividades. A sede da nova escola será no mesmo local da antiga. Entretanto, como o prédio é considerado patrimônio histórico cultural, não é possível mexer na estrutura externa. Posteriormente, o intuito é construir outro espaço.
O atraso na resolutiva do governo estadual adiou as expectativas iniciais, que eram do início do funcionamento ainda no primeiro trimestre de 2022. O processo ainda se encontra nas tratativas para fechamento da escola na Secretaria Estadual de Educação.
Depois do processo de cedência, ainda serão necessárias as reformas e captação de recursos arquitetônicos e pedagógicos. A ex-presidente da Associação Caminhos de Pedra, Maristela Pastorello Lerin, que acompanhou o projeto desde o início, lamenta a demora. “O atraso do Estado para o encerramento das atividades está prejudicando toda a implantação de uma pedagogia quase toda estruturada e um projeto já pronto. Com a demora da secretaria estadual, as crianças foram encaminhadas em outras escolas fora do espaço vivenciado. A Associação Caminhos de Pedra, com o desejo de dar continuidade ao empreendedorismo, está apostando nessa maneira de aprender com o intuito de tornar esse sonho o mais breve possível”, ressalta.
Segundo Maristela, os cerca de 50 alunos foram encaminhados para as escolas estaduais General Rondon e Nossa Senhora da Salete e outras migraram para instituições de ensino infantis privadas. “A comunidade toda está ansiosa para que seja reaberta essa escola nesse novo sistema da criança construir dentro da sua realidade”, ressalta.
O que diz a 16ª CRE
Segundo a assessora pedagógica da 16ª CRE, Rosane Machado o descredenciamento da rede estadual segue a legislação. A EMEF São Pedro é uma escola rural e foi realizado a cessação do curso de ensino fundamental. No ano de 2020, a escola comportava nove alunos, sendo quatro do Jardim B, quatro do segundo ano e um do terceiro, em turmas multisseriadas.
Neste momento, o processo já passou por vários setores da Secretaria Estadual da Educação e do Conselho Estadual de Educação. “É um processo demorado em virtude de ser uma escola rural e, conforme a legislação, tem que ter várias manifestações para finalmente ser emitido a deliberação para a cessação de funcionamento de um curso”, explica Rosane.
Rosane destaca, ainda, que foi necessário aguardar o início do ano letivo de 2022 para verificar se não haveria solicitação de matrículas de alunos oriundos desta comunidade, respeitando o seu zoneamento. “A 16ª CRE tem que comprovar todos os procedimentos que foram adotados gradativamente para chegar ao pedido de cessação de funcionamento e reafirmamos que o processo está dentro dos trâmites e prazos”, finaliza.
Foto: Suelen Krieger