Mesmo com a estabilidade econômica e as dificuldades financeiras enfrentadas pela população nos últimos meses, o setor vitivinícola teve crescimento de 1,99% em sua produção se comparado ao mesmo período do ano passado. O suco de uva foi o item que alavancou as vendas das vinícolas, enquanto os vinhos finos e de mesa tiveram recuo. O resultado foi devido à comercialização de 172,7 milhões de litros de vinhos, sucos e derivados no primeiro semestre de 2014.
Apesar dos números gerais não apresentarem grandes oscilações em relação ao ano passado, os produtos, em suas categorias, tiveram diferentes comportamentos no mercado. Segundo os dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) a venda de vinhos de mesa, finos e espumantes recuou 5,98% se comparada ao primeiro semestre de 2013. Com a venda de 89,6 milhões de litros, os vinhos de mesa tiveram declínio de 6,23%, enquanto a venda de vinhos finos recuou 5,79%, com 8,7 milhões de litros vendidos. Os espumantes estabilizaram as vendas com índice de 0,05%.
O membro do Conselho Deliberativo do Ibravin e diretor-executivo da Agavi, Darci Dani, aplica os recuos de mercado principalmente à realização da Copa do Mundo no Brasil. Segundo ele, devido ao evento não foi possível estimar uma porcentagem, já que era um momento desconhecido pelo mercado, mas apesar disso, ainda haviam expectativas. “Nós tínhamos esperanças de que fosse ter um crescimento, mas elas não eram tão altas visto que informações sobre a Copa do Mundo na África nos alertaram que, durante a realização dos jogos, o consumo de vinhos é muito baixo”, comenta.
Nos três primeiros meses, segundo Dani, as vendas estavam iguais as de 2013, por vezes, até mais altas, contudo, a partir de junho, despencaram. “Quando começaram as propagandas de cerveja para a Copa as vendas começaram a diminuir. Os inúmeros patrocinadores da bebida no evento estimularam muito o seu consumo, fazendo com que o vinho ficasse em segundo plano”, aponta.
Outro número que também diminuiu foi o da venda de vinhos a granel. Dani afirma que a queda desanimou os produtores desta modalidade, no entanto é bom para o mercado, em geral. “Por um lado é ruim que os vinhos a granel foram menos vendidos, porque quem perde são as vinícolas. Mas precisamos observar que quando o vinho é engarrafado aqui, a qualidade é muito superior e a rentabilidade para o setor é mais alta”, explica. Ele completa dizendo que a venda de engarrafados ajuda na imagem do setor vitivinícola.
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