A chegada da vindima, um dos momentos mais esperados do ano em Bento Gonçalves, é sinônimo de festa e celebração. No distrito de São Pedro, a Associação Caminhos de Pedra organiza o Baile de Máscaras: Rider, Bever e Balar, que acontece no sábado, dia 15 de fevereiro, no salão da Sociedade Educativa e Cultural São Pedro, em frente à Casa da Ovelha. O evento promete resgatar tradições e valorizar a identidade cultural da comunidade.

As comemorações começam às 17h na área externa, em frente à subprefeitura de São Pedro, com apresentações artísticas e música ao vivo. Um dos destaques é a tradicional pisa das uvas, um ritual que simboliza a conexão entre o trabalho nos vinhedos e a celebração da colheita. Além disso, haverá venda de produtos coloniais como uvas in natura, geleias, pão colonial e cucas. A partir das 20h, os participantes ingressam no salão para o baile, onde todos estarão mascarados. Para quem não levar a sua, haverá máscaras disponíveis para compra no local. A expectativa é reunir mais de 500 pessoas em uma noite de festa e cultura.

Durante o evento, quatro vinícolas da região irão comercializar vinhos, espumantes e sucos de uva, harmonizando a experiência com uma seleção de pratos típicos, incluindo polenta, massa, tábua de frios, torresmo e a tradicional torta tirolesa.

Além de integrar o calendário oficial da Vindima 2025 de Bento Gonçalves, o baile celebra os 150 anos da imigração italiana no Brasil.“Esse evento representa um elo entre nossa identidade cultural e as tradições que vieram com os imigrantes. Na Itália, os bailes de máscaras eram uma forma de celebrar a colheita e se alegrar após o trabalho árduo nos campos. Aqui, mantemos esse espírito vivo, integrando história e cultura em uma experiência única”, comenta Arlete de Césaro, integrante do comitê de eventos do Caminhos de Pedra.

Um resgate histórico das tradições italianas

Entre os diversos costumes herdados dos imigrantes italianos, especialmente os vindos de Vêneto, destacam-se as festas comunitárias, sempre associadas à celebração da colheita. No Brasil, essa tradição se manteve viva e ganhou novas formas de expressão.

A festa da Vindima simboliza o encerramento do ciclo agrícola e a comemoração da safra da uva. No passado, as festividades aconteciam em antigas residências como a de Fiorelo Cavalet – atual Casa da Serra – e a de Amélio Barp – hoje Pietra Trattoria. Entre essas celebrações, um dos eventos marcantes era o baile de carnaval, onde os participantes costumavam pintar os rostos com carvão. Esses encontros ocorriam tradicionalmente antes da Quaresma, um período de recolhimento e preparação para a Páscoa, seguindo as tradições católicas dos imigrantes italianos.

Uma experiência turística imersiva

Mais do que um evento festivo, o Baile de Máscaras proporciona uma autêntica imersão cultural. A ambientação transporta os visitantes para os tempos dos antigos casarões do distrito de São Pedro, recriando a atmosfera dos tradicionais bailes da época. As marchinhas carnavalescas darão o tom da noite, garantindo uma experiência única que une história, cultura e celebração.

Expectativas e preparativos para o evento

Arlete compartilha sua expectativa para o baile: “Estamos ansiosos para proporcionar essa experiência única, um verdadeiro resgate da tradição dos bailes de máscaras que ocorriam na década de 1920 na Comunidade de São Pedro. Esses eventos eram momentos de alento e confraternização para os trabalhadores que enfrentavam o período exaustivo da pré-colheita”, diz.

Já Vanessa Cantelli, também integrante do Comitê de Eventos, destaca a importância do resgate histórico: “A ideia surgiu de uma imersão na história local, que revelou que os bailes ocorriam na casa do Sr. Fiorello Cavaletti, hoje Casa da Serra, ao lado da Casa da Ovelha. Eram eventos anunciados para toda a comunidade, proporcionando momentos de alegria e diversão em meio ao trabalho árduo da Vindima. O baile conecta essa celebração à história do Carnaval e à preparação para a Quaresma, recriando um ciclo cultural significativo”, explica.

Para tornar a experiência ainda mais autêntica, a organização firmou uma parceria com a artesã Daiane, do Amore Nell’Arte, que confeccionou máscaras inspiradas no artesanato local e nas tradicionais máscaras de Veneza. As peças podem ser adquiridas antecipadamente no ateliê da artesã, localizado próximo à Igreja de Santo Antoninho, e em pontos de venda como a Casa do Tomate, a Casa Verde e a Casa da Serra Varejo. Para quem decidir de última hora, também haverá máscaras disponíveis para compra no evento.

Arlete ressalta que a realização do baile se insere na programação dos 150 anos da imigração italiana no Brasil.