Em tempos de IA – inteligência artificial, se há algo que faz prova desta centelha de sabedoria chamada inteligência humana, são elas, as invenções, desde os primórdios, sejam as mais rudimentares ferramentas de pedra até o jamais sonhado, fruto de um futuro, que esperamos… possamos ainda colher…

A propósito, neste 25 de setembro, comemora-se o dia nacional do rádio, invenção que até hoje relegamos do brasileiro, Padre Landell de Moura, pois foi através daquele aparelho que tivemos a primeira transmissão de voz e foi o rádio, por muito tempo, o único mensageiro em rede das boas e más novas.

Fato é que as invenções têm aberto caminhos na história da humanidade e, na sua grande maioria resultaram em avanços que nos capacitaram chegar ao presente, porém, tantas outras nos aprisionam a um passado sombrio e doloroso, a ponto de questionar a aplicabilidade da inteligência humana quando se trata da sua própria autodestruição.

Uma dessas sombrias invenções se deu na área dos armamentos, o AK-47, segundo os especialistas bélicos, o mais famoso fuzil de assalto que marcou o século XX, inventado pelo russo Mikhail Kalashnikov em 1947 e que é, ainda, uma sobrevivente da Guerra Fria entre a antiga União Soviética (URSS) e os Estados Unidos, arma esta cujas versões atuais aumentam sua capacidade letal, podendo chegar a 600 tiros por minuto, a mais de 2,5 mil km/hora.

Segundo uma matéria publicada na BBC em 2013, Kalashnikov, inventor do AK-47, teria dito que “é doloroso para mim ver elementos criminosos de todo tipo usando minha arma”.

Tal declaração, imaginemos, mais parece uma entrevista, um mea culpa, quem sabe via rádio, do próprio Kalashnikov, diante das últimas notícias ligadas à criminalidade, na outrora, não pequena, mas pacata cidade Bento Gonçalves, cujo lema PAZ e TRABALHO, lembremos, ainda ostenta em sua bandeira.

Mas Kalashnikov já se foi e com ele o arrependimento, enquanto isso, no front de batalha urbana que virou nossa cidade e tantas outras, a AK-47 continua, quem diria, das guerras para as ruas, escrevendo, com mesma “tinta” vermelha, lápides e páginas policiais.

Quisera tal arrependimento atroz de Kalashnikov pudesse ter o mesmo poder de fogo de sua invenção, se assim o fosse, talvez viesse a ser o estopim para…

AKabar – desculpem-me o proposital erro ortográfico – data venia, com as interpretações e minúcias jurídicas que, mesmo sem intenção, abrem as portas para a criminalidade e deixam, assim, a sociedade mais refém do que já está, potencialmente, envergonhando e desmotivando as forças policiais e, por consequência, desacreditando da própria Justiça, diga-se, última esperança dos humanos direitos. Definitivamente, soltar os lobos tendo por motivo o excesso de força do cajado do pastor ao proteger as ovelhas, irá fatalmente proteger os lobos, os quais soltos, certamente não haverão de diminuir a fúria insana e sanguinária ao atacar novamente e covardemente as mesmas ovelhas, quase sempre indefesas e sozinhas. Portanto, a atitude de soltar os lobos, sempre haverá de incentivar novos lobos a se juntar a matilha, pois de forma impune voltam ainda mais fortes e estes sim, seguros de si, no ataque as ovelhas, tendo ainda a prerrogativa de que, enquanto suas ações não tem limites, a força do cajado do pastor poderá vir, pasmem, em sua defesa.

AKabar com a aparente e intrigante omissão, com o olhar compassivo, olhar de paisagem de algumas autoridades, de alguns poderes constituídos e tantas outras entidades civis que representam a sociedade, que estão esperando uns pelos outros, mais parecendo a história retratada na frase: “Há algo importante a ser feito, mas TODOS tinham certeza de que ALGUÉM o faria, mas QUALQUER um poderia tê-lo feito, porém… NINGUÉM o fez”.

Sabemos, há tempos, que não vivemos mais em feudos; em nossas cidades, onde a vida acontece, as muralhas de defesa de seus habitantes são agora as instituições de um Estado democrático, seus agentes públicos nossos soldados, os Governos, embora passageiros, são os estrategistas a exercer o poder que lhes foi outorgado… por isso clamamos, não nos deixem sós à mercê do inimigo, não fiquem tão perto a ponto de perdermos a liberdade e nem tão longe a ponto de nos sentirmos, tal qual estamos, inseguros.
Enquanto isso não ocorrer na prática, no dia a dia, no hoje presente, e não daqui a mais 20 anos, digitais invisíveis, mesmo sem apertar o gatilho, porém por ação ou omissão, terão sangue inocente nas mãos, pois já dizia Martin Luther King uma frase que soa mais forte do que qualquer estampido, mesmo aos surdos de consciência aos apelos da sociedade desprotegida: “O QUE ME PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS MAUS, MAS O SILÊNCIO DOS BONS”.

Enfim, PRENDAM OS LOBOS, CORRIJAM OS PASTORES SE NECESSÁRIO, MAS SEMPRE, SEMPRE, PROTEJAM AS OVELHAS!!!

Que DEUS nos proteja!