Alguns produtos da cesta básica tiveram uma queda de mais de 10% na comparação entre março e abril, segundo informações da pesquisa do Procon de Bento Gonçalves. O levantamento é feito mensalmente com base no preço dos itens essenciais nos principais mercados do município.
O óleo de soja apresentou uma queda de 11,51% enquanto o feijão preto teve uma baixa de 10,77%. Segundo relatório do Dieese, o primeiro item sofreu queda no preço em âmbito nacional devido à supersafra do grão. Em contrapartida, o preço de outros produtos aumentou, mesmo que de forma menos significativa: o sal teve um acréscimo de 5,89% e o extrato de tomate, 1,81%.
Na contramão de Bento Gonçalves, a cesta básica em Porto Alegre apresentou uma alta 6,17%, a maior registrada na comparação com as demais capitais. A economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) Daniela Sandi explica que a volatilidade tem relação com os produtos in natura, que variam de preço em função de fatores climáticos. “O que pode acontecer no interior (como no caso de Bento Gonçalves) é que o custo do frete é menor”, explica. Além disso, ela aponta que os preços variam de acordo com os movimentos de oferta e demanda.
Custo depende de metodologia
Apesar de o preço ter apresentado queda em Porto Alegre e alta em Bento Gonçalves, o custo no município é mais alto do que da capital. Enquanto um conjunto de itens básicos para quatro pessoas é R$ 464,00 em Porto Alegre, em Bento Gonçalves ultrapassa R$ 600,00.
A economista explica que os valores podem variar a partir das metodologias aplicadas, uma vez que o Dieese utiliza um método específico para calcular o salário mínimo. “Os produtos medidos pelo Procon podem não ser os mesmos”, observa. Ela ainda afirma que os preços mudam a partir de critérios como consumo per capita regional e modo de distribuição e oferta.
Ainda de acordo com Daniela, a perspectiva é de melhora nos preços nos próximos meses, em função da alta produção e das supersafras. “Mas é difícil de prever por conta da volatilidade dos produtos in natura”, comenta. Ela expõe que o aumento ocorrido ao longo do último ano prejudicou sobretudo as pessoas de menor renda.
A lista de produtos você confere na edição impressa do Jornal Semanário de sábado, 20.