Venho comentando há muito tempo que, normalmente, governos preferem focar sua atenção na reeleição somente mais do que nas reais necessidades do povo. As narrativas de muitos governantes são nesse sentido desde sempre. Quando se pode utilizar dos grandes meios de comunicação para alardear essas narrativas, melhor ainda. Aqui no Brasil então nem se fala.

Hoje, pelo menos, temos as mídias sociais que desmonopolizam os efeitos normalmente nefastos da centralização da propaganda governamental nos grandes meios de comunicação. Em países maiores e mais desenvolvidos, há muitos meios de imprensa com pulverização das mensagens em muitos canais, o que sempre é mais democrático.

Nesse contexto, venho opinando que, especialmente nos últimos anos, nosso governo federal está muito mais preocupado em criar condições para sua reeleição, ou pelo menos do partido (já que acredito que Lula não concorrerá ano que vem e já externei nesse espaço esse sentimento) do que em estruturar o país para o hoje e o amanhã.

Não há plano para o futuro.

Nosso governo atual está terminando com os sonhos de muitos brasileiros pois não se vê perspectiva para frente. Não se tem plano para a educação, saúde, segurança, habitação, infraestrutura, inovação, uma política industrial mais ampla, nem comercial ou da agropecuária, no comércio internacional estamos à mercê do que outros países pensam, sem contar com apoios duvidosos a países com ditaduras.

O povo está notando que governo não está bem haja visto as últimas pesquisas de popularidade. Nessa do Datafolha, 73% da população “DESAPROVAM” achando ruim, péssimo e regular o governo atual. Somente 24% aprovam.

Com popularidade em baixa, o governo federal contratou um profissional do marketing (Sidônio Palmeira) para melhorar a imagem como se fosse isso que mudaria a avaliação do governo. Pode ajudar no curto prazo, pode mudar narrativas, mas não comemos dólar, nem comemos gasolina, como não comemos guerra da Ucrânia mas tudo isso impacta nosso dia a dia.

Muitos ainda falam do PIB que cresceu, do desemprego baixo (com a mudança do critério do IBGE), mas a inflação corre solta e o presidente não vê que isso poderá acarretar malefícios enormes para o povo logo ali na frente. Muitos brasileiros não se dão conta pois quem tem menos de 40 anos não viu o estrago na vida das pessoas que a inflação faz, muito menos o que a hiperinflação faz. Só sabe “teoricamente”, não sentiu na pele pois, em 1994, ano do plano Real quando reduzimos drasticamente a inflação, os menores de 40 anos tinham, no máximo 10 anos de vida. Não sentiram na pele como isso é ruim.

Nosso governo não quer ver que a dívida pública vai inviabilizar o país em 10 anos. Não estão nem aí. O importante é ganhar a próxima eleição nem que hipotequemos o futuro de nosso país. Afinal, pensam alguns, quando o futuro chegar e não for bom, não seremos nós os governantes.

Empurrando com a barriga parece ser a tônica do momento. Vamos levando, podem pensar alguns. Depois das próximas eleições, veremos dizem outros.

O povo quer soluções, não quer saber do depois das próximas eleições.

Povo não come eleições. Povo não come popularidade. Quando o povo acordar, será tarde demais.

Pense nisso e sucesso.