A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira, 9 de setembro, a operação Lance Final, voltada ao combate a um grupo suspeito de aplicar estelionatos por meio de falsificação de leilões na internet. Até o momento, oito pessoas foram presas. São cumpridos 12 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em Itanhaém (SP) e na capital paulista, além da desconexão de sites fraudulentos que ainda estavam ativos.

A ação é coordenada pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas (3ª DP) e pela 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM) do mesmo município, com apoio do Ministério da Justiça, por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), e da Polícia Civil paulista. Cerca de 80 policiais participaram da operação.

Segundo a delegada Luciane Bertoletti, o objetivo da operação é proteger a população contra golpes digitais cada vez mais sofisticados. O esquema envolvia a criação de sites que simulavam plataformas de leilões oficiais, clonando anúncios de veículos legítimos e utilizando patrocínio de links em buscadores para aparecer entre os primeiros resultados. Os criminosos falsificavam documentos, termos de arremate e até utilizavam nomes e endereços reais de casas de leilão, além de se passar por leiloeiros cujos registros já haviam sido cancelados. O contato final com as vítimas ocorria via WhatsApp, e os pagamentos realizados jamais resultavam na entrega dos bens.

Um dos casos investigados envolveu um homem que comprou um veículo para trabalhar como motorista de aplicativo em dezembro de 2024. Ele acessou o site “santaritaoficial.com”, acreditando ser legítimo, e realizou o pagamento, mas o veículo nunca foi entregue. Ao buscar a empresa em Nova Santa Rita (RS), constatou que se tratava de um golpe.

O diretor da 2ª DPRM, Cristiano Reschke, alertou para a importância de desconfiar de ofertas vantajosas demais, checar credenciais de sites de leilão e buscar informações em canais oficiais. “Estamos empenhados em combater crimes dessa natureza, mas a conscientização da sociedade é crucial para evitar novas vítimas”, destacou.