Cloridrato de asciminibe, medicamento que custa até R$ 30 mil, terá cobertura obrigatória a partir de agora

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou, por meio de uma publicação no Diário Oficial da União, que os planos de saúde devem oferecer cobertura para o tratamento de leucemia mieloide crônica com o medicamento cloridrato de asciminibe. A decisão amplia a cobertura para pacientes adultos diagnosticados com essa forma de leucemia, uma condição que afeta a medula óssea e leva à proliferação anormal de glóbulos brancos.

O cloridrato de asciminibe é um medicamento inovador utilizado para tratar a leucemia mieloide crônica, impedindo a proliferação das células cancerígenas. A substância chega a custar cerca de R$ 30 mil, o que torna seu acesso um desafio para muitos pacientes, especialmente aqueles com planos de saúde. A decisão da ANS visa facilitar o acesso a esse tratamento, garantindo que os pacientes diagnosticados com a doença possam contar com esse medicamento sem a preocupação com o alto custo.

A leucemia mieloide crônica é uma doença hematológica rara que afeta a medula óssea, onde são produzidas as células sanguíneas. Ela resulta em uma multiplicação descontrolada de glóbulos brancos, o que pode comprometer gravemente o funcionamento do organismo. Embora não haja uma causa única e definida para a doença, fatores de risco conhecidos incluem exposição elevada à radiação, sexo masculino e a idade acima de 60 anos.

Cobertura obrigatória por planos de saúde

Com a nova determinação, o cloridrato de asciminibe passa a ser um dos medicamentos cobertos obrigatoriamente pelos planos de saúde para pacientes com leucemia mieloide crônica. Essa medida se soma a outros tratamentos já previstos na cobertura obrigatória, garantindo que pacientes com a doença possam receber cuidados médicos adequados sem enfrentarem dificuldades financeiras para arcar com os custos dos medicamentos.

Mais de 10,8 mil novos casos da doença foram registrados no Brasil em dois anos

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre 2020 e 2022, foram registrados 10.810 novos casos de leucemia no Brasil. Desses, cerca de 15% são de leucemia mieloide crônica, uma das formas mais comuns da doença. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para o controle da doença, sendo que novos medicamentos como o cloridrato de asciminibe oferecem esperança para os pacientes que enfrentam essa condição desafiadora.