Anunciada no último decreto municipal, a medida, já adotada em municípios vizinhos como Farroupilha e Garibaldi, passa a valer na Capital do Vinho a partir do dia 1º de maio

Se desde as últimas duas semanas estava se tornando cada vez mais comum encontrar pessoas mascaradas pelas ruas e pelo comércio da Capital do Vinho, a expectativa, agora, é de que não se veja mais ninguém circulando por ambientes públicos sem a proteção facial. Isso porque, a exemplo das cidades vizinhas como Garibaldi e Farroupilha, o uso da máscara também passará a ser obrigatório em Bento Gonçalves, a partir do 1º de maio. A decisão foi anunciada pelo prefeito, Guilherme Pasin, nas redes sociais, no sábado, 25.

O “uso massivo de máscaras” no transporte compartilhado de passageiros (ônibus, táxi e transporte por aplicativo), comércio, indústrias, prestação de serviços e repartições públicas e privadas já estava estabelecido na cidade desde o dia 16 de abril de 2020, quando o município, após reunião junto à Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) e o governador do estado, Eduardo Leite, permitiu a reabertura do comércio local. Com o avanço da pandemia, a medida foi endurecida e a partir de maio a máscara passará a ser obrigatória mesmo nas vias públicas, com possibilidade de autuação. As multas serão de meia Unidade de Referência Municipal (URM), ou seja, cerca de R$ 70,00 em caso de descumprimento na primeira vez e um aumento circunstancial (de valor não divulgado) a cada reincidência.

Assim como já o havia feito na live, em publicação no site da prefeitura, na segunda-feira, 27, o prefeito reiterou a necessidade de redobrar os cuidados após as medidas de flexibilização e apontou a adesão popular ao uso da máscara. “Já incluímos o uso massivo no último decreto, e a população entendeu e tornou isso um hábito”, pontuou.

Pela saúde e pelos animais

Ao passo em que avança a pandemia, também se multiplicam os bons exemplos. Fonte de renda para alguns profissionais em tempo de crise, ação solidária por parte de outros, praticamente todo mundo conhece alguma história positiva sobre a fabricação de materiais de proteção. Uma, entre essas, é a de Larissa Alana Cereja Rossatto, 21 anos.

Design de Moda e ativista da causa animal, ela uniu sua paixão pela costura e o amor pelos pets para dar vida a “Double”, marca de assessórios que confecciona bandanas e vestimentas para cães e gatos, além de roupas com temática de animais para pessoas, revertendo todo o valor arrecadado às ONGs locais. Em tempo de pandemia, Larissa teve a ideia de redirecionar suas habilidades, passando a produzir máscaras. Os fundos, no entanto, seguem com o mesmo destino. “O valor das vendas vai para a Patas e Focinhos, para ajudar a pagar despesa de clínica veterinária, comprar ração e medicamentos dos animais acolhidos”, conta.

Vendidas a R$ 5,00, as proteções são feitas com os tecidos que eram destinados a confecção de bandanas e roupinhas. O material, como recomendado pelo Ministério da Saúde, é 100% algodão. Além disso, as proteções são dupla face e em formato bico de pato, o que as deixa, segundo Larissa, “mais anatômicas e confortáveis”. “São costuradas com muito amor, cada uma carrega muito carinho e gratidão por estar fazendo algo tão bom”, destaca.

“Muitas pessoas me disseram que vieram pedir para mim justamente por saber que o valor ia ser revertido pra causa animal. Como criadora foi muito gratificante, pois meu propósito, que é fazer o que eu gosto por uma razão maior, se realizou”

Para encomendas ou mais informações, é só contatar diretamente com Larissa pelo telefone (54) 99998-9058.

Ateliê ensina máscara artesanal sem necessidade de máquina de costura

Outro bom exemplo que ganhou as redes sociais vem das Marias Lavrandeiras, ateliê de costura das gêmeas historiadoras de Caxias do Sul, Paula Cervelin e Pâmela Cervelin. A marca, que há 10 anos trabalha com moda alternativa e militante, divulgou em seus perfis no Facebook e no Instagram, um tutorial prático de como produzir máscaras em casa, sem a necessidade de máquina de costura.

Divulgado antes da reabertura do comércio, segundo Paula, o tutorial era direcionado para as pessoas que eventualmente precisavam sair de casa. Conforme lembra, a proteção facial é só mais uma das formar de conter a proliferação da pandemia, sendo necessários ainda os cuidados básicos de higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel, evitar levar as mãos aos olhos, boca ou nariz, entre outras. A medida mais eficiente, entretanto, conforme orientações dos principais órgãos de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), segue sendo o isolamento social. “Quero reforçar que a melhor ideia é ainda ficar em casa. A máscara é só para quando a pessoa realmente precisar sair”, destaca Paula.

Tutorial

Materiais: retalhos de tecido (TRICOLINE ou ALGODÃO), filtro de café (ou novamente TRICOLINE OU ALGODÃO), tecido com elasticidade ou elástico, agulha, linha, tesoura, papel, régua e caneta.

Fonte : Marias Lavrandeiras