11 de abril é o Dia Mundial de conscientização sobre a doença. É preciso atenção, principalmente a sintomas como lentidão na movimentação ao caminhar ou em movimentos manuais

Há mais de 200 anos, em 1817, o médico James Parkinson expôs a existência de uma das doenças neurológicas mais comuns: a doença de Parkinson. Em 11 de abril, no Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, é necessário entender o problema e como é possível que os portadores tenham qualidade de vida.

Parkinson é uma doença neurodegenerativa, segundo o neurologista Luis Henrique Fornari, “caracterizada pela diminuição dos níveis de dopamina no sistema nervoso central”, explica. A dopamina é um neurotransmissor que tem a função de atuar em algumas regiões do cérebro e age em áreas como emoções e humor. Além disso, também controla o sistema motor e a falta dele pode afetar os movimentos do corpo. O problema se desenvolve com mais intensidade, na sua maioria, em pessoas da terceira idade. Apesar disso, segundo o Ministério da Saúde, não acontece apenas em idosos e pode se progredir tanto em homens quanto em mulheres.

De acordo com Fornari, este é um estado de saúde que apresenta curso crônico, ou seja, não há cura. “Há uma evolução progressiva e discreta predominância no sexo masculino”, afirma. Pelo fato de os sintomas aparecerem aos poucos e de forma contida, mesmo que uma pessoa comece a desenvolver cedo, o diagnóstico pode demorar anos para chegar.

O médico afirma que Parkinson é considerada uma doença complexa. Fatores genéticos, epigenéticos e ambientais contribuem para o surgimento. “Apenas uma minoria dos casos apresenta herança mendeliana clássica, em que mutações em determinados genes condicionam o sujeito à doença. A maior parte dos casos tem apresentação esporádica, sem haver reconhecimento de um padrão de herança genética”, esclarece.

Como a doença se manifesta?

Alguns dos sintomas, de acordo com o neurologista, são lentidão na movimentação ao caminhar ou em movimentos manuais, por exemplo, além de rigidez muscular e tremor em repouso, principalmente nas mãos
O que dificulta um diagnóstico precoce é que não há um exame que detecte a doença, por isso, o diagnóstico é clínico e os profissionais da saúde se baseiam em sintomas e sinais apresentados como critérios de suporte ou de exclusão da possibilidade de ser Parkinson.

Fornari relata que até o momento atual, não existe tratamento curativo. “No entanto, há tratamentos capazes de amenizar sintomas, permitindo ao portador uma vida com qualidade”, salienta.
É importante que, principalmente quem tem idosos em casa, preste atenção aos sinais que o Parkinson pode dar. “O auxílio familiar é essencial, quer reconhecendo sintomas ou manifestações não percebidas pelo paciente, quer apoiando a adesão ao tratamento e às medidas de reabilitação”, destaca.

Tratamentos mais comuns

De acordo com Fornari, é possível fazer o tratamento para uma vida de qualidade por meio de medicamentos que atuam no sistema dopaminérgico, que produz a dopamina, compensando a deficiência do neurotransmissor, que é característica da doença.

Além disso, também existem outros fármacos importantes, pois são os responsáveis por inibir enzimas que degradam a dopamina, permitindo assim maior disponibilidade da substância. “Para casos selecionados, há a opção de tratamento cirúrgico através da técnica chamada estimulação cerebral profunda, que consiste na implantação de eletrodos em núcleos de neurônios da base do cérebro”, pondera.

Além disso, o neurologista frisa que para tratar a doença de Parkinson, é necessária uma abordagem multidisciplinar. Isso quer dizer que o paciente também precisa envolver o atendimento de profissionais que trabalham com reabilitação, como fisioterapeutas e fonoaudiólogos, por exemplo.

Sintomas

Além dos sintomas motores, a doença de Parkinson também tem sintomas não motores. É preciso atenção para que o diagnóstico possa ser feito o quanto antes:

  • Tremores involuntários, mesmo situação de repouso e principalmente nas mãos
  • Rigidez muscular
  • Passos mais lentos e arrastados
  • Perda das expressões faciais
  • Movimentos lentos
  • Dores musculares
  • Depressão
  • Constipação