A crise econômica fez com que muitos brasileiros deixassem o sonho de obter a casa própria um pouco de lado. Garantem os especilistas que não é fácil conciliar família, estudos, trabalho, alimentação e sonhos ao mesmo tempo. Entretanto uma nova proposta da Caixa Econômica Federal poderá reaquecer o setor imobiliário do país, que vem sentindo fortemente os impactos da dificuldade financeira dos últimos anos. As novas regras que entraram em vigor na segunda-feira, 25 de julho, beneficiam os financiamentos para imóveis com valor acima de R$ 650 mil, fora do SFH (sistema financeiro de habitação).
O valor máximo financiado pela Caixa passou de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões. Para imóveis usados, o total financiado passa dos atuais 60% para 70% do valor do imóvel. E no caso dos novos, de 70% para 80%.
O gerente de atendimento da Caixa, Luciano Ortigara Alves, comenta que também mudou o limite para quem tem subsídio em outro banco e quer transferir para a Caixa. “Agora, é possível substituir até 70% do valor que foi financiado na outra instituição. Antes, o máximo era 50%. Não há mudança para a taxa de juros, que nesse sistema varia de 10,9% a 11,5% ao ano”, garante o gerente.
Alves salienta que não vê malefícios nesta mudança, apesar de ser voltada para um mercado mais restrito. “A medida que vai permitir a compra de imóveis mais caros pretende aquecer esta fatia do setor imobiliário que vinha sofrendo dificuldades no acesso à financiamentos. O crédito habitacional como um todo na Caixa teve em 2015 uma evolução de 13% e saldo de R$ 384,2 bilhões. O valor representa 67,2% do mercado do país”, finaliza.
Preferência por aluguéis
Mesmo recuperando os índices de 2015, este ano ainda é preocupante para quem trabalha na área imobiliária. O aumento de 2016 é 12% superior que o anterior. Raquel Vieira, gestora da Urb Vias, acredita que a queda na venda de imóveis usados e a retração na aprovação e contratação dos financiamentos imobiliários esteja contribuindo para que as pessoas optem pelos contratos de aluguel. “Elas estão buscando alugar, especialmente depois que aumentaram as exigências para financiar o imóvel próprio, o aumento da instabilidade profissional e, principalmente porque a informalidade está voltando a ser uma realidade nos rendimentos”, salienta Raquel.
Conforme dados, na Capital do Vinho, os Bairros Cidade Alta e Santo Antão têm o valor médio por m2 mais alto para locações e venda para imóveis residenciais. “Entretanto é possível considerar que praticamente todos os bairros da cidade ainda tem muita diversidade de imóveis em oferta com variáveis que estão relacionados a avaliação pelo tempo de construção, localização e qualidade dos acabamentos. Já nos imóveis comerciais os ajustes estão acontecendo de forma mais lenta, mas já dando sinais de crescimento depois de um ano de 2015 fechado com muitas desocupações. Os novos contratos já estão sendo firmados com condições que estão permitindo satisfazer a expectativa de locadores e locatários nesse novo cenário econômico que está apresentado”, finaliza Raquel.