Em evento promovido pela Câmara Municipal de Bento Gonçalves alunos debateram as agressões em sala de aula

Embora os levantamentos sejam divergentes em amostragem e não exista mapeamento claro da violência nas escolas, todos os estudos apontam para o crescimento do bullying no Brasil. Uma pesquisa recente desenvolvida pelo coordenador do curso de Educação Física da UCS, Ricardo Rech, em instituições básicas de ensino em dez cidades da Serra Gaúcha, mostrou que um em cada dez alunos afirma ter sofrido alguma forma de agressão no ambiente escolar. Os dados apenas refletem a importância do bate papo sobre o tema, que ocorreu no Plenário Fernando Ferrari, na quinta-feira, 11.

Promovido pela Câmera Municipal de Bento Gonçalves, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, e com o apoio do Núcleo de Policiamento Comunitário da Polícia Civil, o evento reuniu os Vereadores Mirins 2017/2018, com o objetivo de designá-los “Embaixadores da Cidadania”, título com o qual atuarão nas escolas da rede municipal com ações de combate à violência.

Mediado pela delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (Deam), Deise Salton Brancher, o debate elucidou o que é o bullying e o cyberbullying, esclarecendo, entre outros tópicos, as consequências para as vítimas e agressores, e, sobretudo, como discutir o respeito aos outros nas escolas e nas redes sociais.

 

Importância da mediação

Mais que explicar os diferentes tipos e níveis de bullying que ocorrem entre os jovens, Deise sublinhou que a melhor forma de lidar com a situação é não se omitir. “Ver uma cena de violência e não interferir é tomar posição, então não sejam coniventes”, afirmou, dirigindo-se aos alunos presentes no Plenário. “É preciso ser um mediador, conversar e explicar que essa situação está errada. Caso se sintam receosos de interferir, podem falar com a escola ou com a direção, e propor aos professores medidas para orientar tanto à vítima, quanto o agressor”, conclui.

Para o Vereador Mirim, Lucas Ventura Gregio, a conversa permitiu compreender as graves consequências do bullying tanto para a vítima quanto para o agressor, e a importância do diálogo e das ações junto à escola para quebrar a corrente de violência. “Primeiramente, quero conversar com a direção, passar nas salas de aula falando o que aprendemos hoje. E, talvez, tentar criar um órgão dentro da própria escola para que as pessoas que sofrem bullying possam denunciar, ou simplesmente desabafar com alguém, buscar orientação com uma psicóloga”, elucida.