Em uma audiência realizada na Comissão de Meio Ambiente do Senado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, trouxe alertas preocupantes sobre o impacto das mudanças climáticas e o aumento das queimadas no Brasil. Durante a sessão, a ministra destacou que o país enfrenta um cenário alarmante, com a possibilidade real de perder o Pantanal até o final deste século se o aquecimento global não for contido.
A audiência foi convocada pelos senadores para discutir o crescente número de queimadas em 2024, que têm afetado severamente diversos biomas brasileiros, com especial atenção para o Pantanal e a Amazônia. O período de estiagem prolongada tem contribuído significativamente para a proliferação dos incêndios, que estão devastando áreas em São Paulo, Minas Gerais e estados do Centro-Oeste.
Marina Silva explicou que a situação do Pantanal é particularmente grave devido à baixa precipitação na região. A incapacidade da maior planície alagada do planeta em alcançar sua cota de cheia nos rios está comprometendo a sua resiliência e ecossistemas. “Se as condições atuais persistirem, os pesquisadores alertam que o Pantanal poderá desaparecer até o final do século,” afirma a ministra.
Além dos problemas no Pantanal, Marina Silva também abordou a situação crítica da Floresta Amazônica. A ministra revelou que a região está perdendo “umidade” de forma alarmante, o que a torna ainda mais vulnerável a incêndios. Essa perda de umidade é uma consequência direta das mudanças climáticas e das alterações no padrão de precipitação, o que agrava ainda mais a situação da Amazônia. “E, portanto, a cada ano se vai perdendo cobertura vegetal. Seja em função de desmatamento ou de queimadas. Você prejudica toda a bacia e, assim, segundo eles (pesquisadores), até o final do século nós poderemos perder a maior planície alagada do planeta”, completa.
A ministra enfatizou que a reversão deste quadro requer esforços significativos para mitigar as mudanças climáticas e implementar políticas eficazes para o combate aos incêndios. A situação demanda uma resposta coordenada entre governo, setor privado e sociedade civil para proteger esses biomas essenciais e preservar a biodiversidade e os recursos hídricos do país.
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil