Fernanda Abarzúa representou a Serra e o Brasil em competições internacionais
O Padel é um esporte que possui uma certa semelhança com o Tênis, pois ambos são jogados com raquetes dentro de uma quadra com objetivo de deixar a pequena bola no campo adversário para pontuar. Uma das representantes dessa modalidade é Fernanda Abarzúa Branchi, uma bento-gonçalvense que já ganhou torneios nacionais e internacionais.
A última vitória da competidora veio do México, no último Pananmericano Absoluto de Padel, representando a seleção brasileira feminina na final do dia 28 de agosto. Na partida final que definiu as campeãs, ela e sua parceira venceram de 3 a 0 e conquistaram o bicampeonato. Durante essa competição, Fernanda teve 100% de aproveitamento em seis duelos.
O saque: como são jogadas as disputas de Padel
Diferentemente do tênis, as partidas de Padel são disputadas em duplas, não tendo modalidades individuais. O ponto é iniciado no saque e termina no momento em que uma das duplas não consegue retornar a bola para o lado adversário da quadra.
É jogado em um espaço de 20m de comprimento por 10m de largura, sendo o piso de cimento, grama natural ou sintética. Há uma divisão ao meio por uma rede de 88cm de altura, que distancia as duplas do jogo. Essas dimensões são menores que as utilizadas no Tênis.
A contagem de pontos é igual ao Tênis, o primeiro é marcado como 15, o segundo 30, terceiro 40. A primeira dupla a fazer o quarto ponto, desde que tenha diferença de dois, ganhará o set. Quando acontece o empate em 40, os pontos são contados como iguais e “vantagem a favor” ou “vantagem contra”. A duração é de três a cinco sets, cada um deles com seis games.
As raquetes são um diferencial na prática do esporte. Elas são fabricadas com fibra de carbono e tem uma variação técnica em seu peso. Quanto mais leve, mais velocidade é obtida e, dessa forma, a reação do atleta pode ser mais rápida. As mais pesadas são mais difíceis de manusear, mas garantem uma potência maior na hora de acertar a bola. Até mesmo a superfície do objeto ajuda na hora da partida, quanto mais macia a defesa do fundo de quadra é facilitada.
O ponto: história de bento-gonçalvense no esporte
Fernanda possui 29 anos e começou no Padel em 2010, através do namorado, atual esposo, que apresentou a prática para ela. Inicialmente, começou jogando como recreação até conhecer Juliano Berganini que passou a treiná-la para competir.
Em 2013 ela começou um treinamento mais sério que se estendeu pelos próximos anos. Treinava de duas a três horas por dia, já de olho em algo mais competitivo. As primeiras competições em que participou aconteceram em 2015, em formatos estaduais e nacionais. “Comecei no profissional, mas as outras jogadoras tinham uma maior habilidade e ‘brincavam’ comigo em quadra”, ironiza.
Em pouco tempo, já em 2017, ela conseguiu a convocação para jogar seu primeiro Panamericano pela seleção e seguiu sendo convocada dali em diante. Em 2018 foi para o Chile competir e conseguiu a segunda colocação. Foi campeã a primeira vez em 2019 em disputa no Paraguai. No ano de pandemia não houve competições, mas em 2021 retornou e Fernanda venceu em Tijuana, no México.
Para esse último Pan, ela conta que foi difícil conseguir reunir verba necessária para que fosse viajar. “Tive que pedir para empresas amigas, de conhecidos, o dinheiro para poder comprar as passagens até o México. O governo em si não contribuiu na ida até lá” explica.
Olhando para frente, Fernanda pensa no mundial de Padel que acontecerá no final do ano e torce para que a última competição Panamericana sirva como classificação para que possa entrar. Os jogos nacionais ainda não voltaram, mas ela quer representar Bento e o Brasil nessa disputa entre países do mundo todo.
Foto: COBRAPA/Reprodução