O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nesta terça-feira, 16 de setembro, duas novas resoluções em que cobra que prontos-socorros e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) atendam pacientes em até duas horas. A classificação de risco da gravidade da doença, que irá definir quem terá prioridade na ordem de atendimento médico, deverá ser imediata, ou seja, assim que o paciente chegar ao estabelecimento. Este trabalho já é realizado no Pronto Atendimento 24 Horas (PA), no bairro Botafogo. Porém, um outro dado chama a atenção nos casos atendidos pela unidade: 88% dos pacientes que vão até o local poderiam receber atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
De acordo com o coordenador médico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Marco Antonio Ebert, melhorar o atendimento dos casos de menor gravidade é o grande desafio no PA 24 Horas. Ele explica que, de acordo com os dados analisados mensalmente, 88% dos 75.847 pacientes atendidos neste ano poderiam ter se deslocado até a UBS mais próxima de sua residência para consultar. Porém, isso não acontece. “É uma questão cultural que precisamos mudar. Quem tem algum problema corre direto para o PA 24 Horas, é algo automático”, diz.
Ebert revela que uma das premissas no atendimento é a realização da triagem no momento em que o paciente chega à unidade, algo que está sendo exigido agora pelo Conselho Federal de Medicina. O coordenador destaca que hoje é muito complicado atender os casos de menor risco no PA 24 Horas. Ele reconhece que é comum estes pacientes esperarem em torno de três a quatro horas para receberem atendimento. “Não conseguimos dar conta de tanta gente que nos procura. Além dos pacientes do SUS, temos recebido também pessoas com planos de saúde e de outros municípios. Desta forma, temos problemas para qualificar o atendimento deste público tão grande”, revela.
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