CHINELAGEM
Há muito tempo a revistona Veja deixou de ser um “meio de comunicação”, uma “fonte de informações” para se tornar um legítimo panfleto político-partidário. Suas reportagens (há quem as chame de “reporcagens”) são a prova-provada disso, já que o que menos se vê nelas é informação, notícia. Seus pit bulls articulistas, devidamente amestrados, com suas “opiniões” alinhadas com a editoria da revistona, não raramente beira o ridículo tamanha a distância do que “opinam” com a realidade, com os fatos, com as verdadeiras notícias. Todavia, quando a falta de respeito com a inteligência de quem a lê atinge um patamar como na edição desta semana (edição n º 2328, de 03/07/13), bem, aí só resta às pessoas, mesmo as de mediana inteligência, CANCELAREM a assinatura ou deixarem de comprá-la nas bancas. Foi o que fiz.
CHINELAGEM II
A revistona colocou no seu “nobre espaço” das páginas amarelas uma entrevista com um dos “heróis” das manifestações. E, logo a seguir, o “herói da Veja” não resistiu aos momentos sublimes de fama e postou no facebook um filminho revelador. Num helicóptero, fantasiado de policial, grita: “eu trabalho na Globo, melhor trabalho do mundo”. Pois é, e a Globo é “parceira” da Veja, do Estadão, da Folha, etc. Oportuno colocar nas páginas amarelas um funcionário da “aliada”. Mas, tem quem acredite nessa “imprença” aí. E a use para tecer “abalizados comentários” a respeito da situação econômica, política, financeira, etc, do Brasil. Eu prefiro cotejar suas “informações” com a imprensa do exterior. Quanta diferença! É A diferença entre a informação, a notícia baseada em FATOS com a chinelagem que graça solta na mídia brasileira. Ah, sim, a Coluna está sempre à disposição para contestações. Envie um e-mail e conteste o que entender errado. Ajudará muito, creia.
QUANTOS PESOS?
Sim, há que se questionar: com quantos pesos e com quantas medidas se faz uma imprensa séria, equilibrada, informativa, que mostre os fatos como eles são? Nesta semana surgiram fatos notórios. O presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Alves, utilizou um avião da Força Aérea Brasileira para levar sete familiares para o Rio de Janeiro para assisti ao jogo Brasil X Espanha. Logo a seguir o alvo foi Renan Calheiros, presidente do Senado Federal (o mesmo Calheiros que foi ministro de fhc, lembram?), já que ele se valeu também de um avião da FAB para ir ao casamento da filha de um senador. Errado? Ilegal? Sim, claro. Mas, aí apareceu o outro “herói” da Veja, do Estadão, da Folha, da Globo, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que fez o mesmo. A diferença foi o tamanho das manchetes e da “indignação” dos pit bulls dessa “imprença” aí. Aliás, ministros do STF se valendo de voos de primeira classe para viagens ao exterior – férias? – levando familiares é “normal”, tudo pago com dinheiro público. Pode isso, Arnaldo? Pode haver tamanha diferença de tratamento pela “imprença amiga”? Pode, Arnaldo?
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Nesta terça-feira tivemos na Câmara de Vereadores uma audiência pública. Ela foi solicitada por pessoas que estiveram presentes na manifestação ocorrida em Bento Gonçalves, protestando contra várias coisas. Na audiência, com a presença do Prefeito Pasin e dos vereadores, pessoas puderam expor suas ideias e fazer suas reivindicações. Uma das coisas que chamou a atenção foi o fato de serem colocações apartidárias. Tem sido moda, ultimamente, tirar um partido político para “geni” de todas as mazelas que existem no Brasil, em todos os setores – sejam públicos ou privados -, desde os primórdios dos tempos. Saber que já existem os que têm plena noção de que a corrupção, a roubalheira, o descaso com a coisa pública não é exclusividade de UM partido, mas de TODOS, sem distinção. Com todos sabendo disso – não há virgens na zona política brasileira – a probabilidade de se “higienizar” a política aumenta consideravelmente. Talvez ocorra até o julgamento do “mensalão tucano mineiro” e muitos outros que dormitam nas gavetas de setores do judiciário. E até, TALVEZ, ocorram ANTES de prescrever. Será?
É PARA QUANDO, GOVERNADOR?
Desde que a ex-governadora Yeda Crusius resolveu massacrar as micros e pequenas empresas com um aumento de impostos inacreditável muito se ouviu dos políticos. Na campanha, o atual governador, Tarso Genro, prometeu – eu ouvi – que ele “retornaria o Simples Gaúcho ao que era”. Até o reino mineral entendeu que seria “ao que era originariamente, como Rigotto o criou”. Mas, até agora, nadinha. Houve umas “mexidas”, mas nada que lembre o “original” prometido. Aliás, os produtos adquiridos de importadores de outros estados brasileiros (o ICMS foi reduzido pelo Governo Federal para 4%) levam um PAULADA de 13% a título de “Diferencial de ICMS” (esse criado por Yeda a pedido de empresário – juro que é verdade!), que as micros e pequenas empresas têm imensas dificuldades para repassar aos consumidores. Importante: a empresa do empresário que pediu o “Diferencial de ICMS” se credita dele. Só as micros e pequenas levam a cacetada. Justamente as micros e pequenas, responsáveis por 85% dos empregos no Brasil. Acabar com esse massacre é imperioso, além de ser promessa de campanha. É para quando, Governador Tarso?
A “CRISE”
As grandes redes de televisão, as revistonas, os jornalões, seus pit bulls amestrados (tem até economistas entre eles) divulgam insistentemente que o Brasil vive uma “crise”. Dizem que a “inflação está descontrolada”. Emissoras de rádio, jornais de menor porte e outros meios de comunicação do interior do Brasil repetem tudo. E, diz a velha máxima: “uma mentira repetida milhares de vezes acaba se tornando ou sendo aceita como verdade”. Pois estamos vivendo uma imensa mentira que se tornou “verdade” e que está sendo aproveitada pelos “donos do Brasil” de forma exemplar. Encheram tanto o saco que o governo federal – politicamente com medo – cedeu e AUMENTOU a Taxa Selic. Aquela mesma que os “gênios” da economia brasileira colocaram em patamares históricos na década de 90 (chegou a mais de 46% ao ano) e estava em 26% em 2002, com a inflação “controlada” a 12,3% ao ano. Sim, o “remédio” que eles receitam agora é o mesmo que arruinou o Brasil por três vezes no governo fhc e teve a inflação marcando o DOBRO de agora. Mas, o pior de tudo é que há quem – “inteligentemente”, diga-se de passagem – finge que acredita e tira proveito disso. Ah, a “crise”! Que produto fabricado ótimo para se fazer politicagem às custas do bolso do povo! O melhor disso – para “eles” – é que esse povo está ACREDITANDO também nesta “crise”.
ÚLTIMAS
Primeira: Para sacramentar a existência dessa “crise”, a poupança bate recordes. Em junho cresceu TRÊS BILHÕES de reais e no primeiro semestre, TRINTA BILHÕES;
Segunda: Já a indústria automobilista, aderindo à “crise”, bateu recorde de produção de veículos no semestre. A continuar assim, essa “crise” vai se tornar uma perigosa “marolinha” muito brevemente;
Terceira: Manifestantes em Vitória, Espirito Santo, quebraram praça de pedágio. Eles acham “caro” R$ 1,90. Bah! Se eles viessem para o Rio Grande do Sul, explodiriam o Estado e procurariam o autor da “façanha pedagiatória” gaúcha;
Quarta: E por falar em manifestações, há cartazes que traduzem bem a falta de informação ou, quem sabe, até as más intenções de alguns. Bobagens monumentais são escritas, sem constrangimentos;
Quinta: Eles atribuem responsabilidades de governos estaduais e municipais ao governo federal, como as tarifas de passagens urbanas, por exemplo, ignorando que houve a desoneração, redução e zeramentos de impostos FEDERAIS sobre essas tarifas. Ignorância ou má intenção?
Sexta: As passagens gratuitas para estudantes de alguns polos metropolitanos não soa bem para alguns. A Grande Porto Alegre, região Pelotas/Rio Grande e Caxias/Bento Gonçalves estão inseridas nessa proposta do Governo Tarso;
Sétima: Obviamente, esse custo será repassado à população. Mas, até os pombos da Marechal Deodoro sabem que não existe cafezinho de graça. Alguém paga por ele. E quem “exige” essa gratuidade sabe bem disso;
Oitava: E há, também, a exigência de caminhoneiros para a redução do diesel. Bem, quem sabe se soma isso e se paga com aumento na gasolina?
Nona: Considerando-se que o transporte individual não pode ser priorizado – salvo para taxistas, representantes comerciais, empresas e outros que usam o veículo para trabalho -, há quem defenda que subsidie o transporte coletivo e de carga;
Décima: Claro que as sete pragas do Egito cairiam sobre o governo que fizesse isso, mas, pensando bem, tem lógica, não?
Décima-primeira: Hoje recomeça do Brasileirão. Grêmio, às 18h30m, em Curitiba, enfrenta o Atlético-PR e amanhã, às 16h, o Inter terá pela frente o Vasco. Dois ótimos jogos para reavaliar os times da dupla;
Décima-segunda: O Grêmio, porém, estará na berlinda pela estréia de Renato, o ídolo que virou técnico. O que esperar dele, desta vez? A torcida espera bem mais do que com Luxemburgo. Resta torcer muito para que a espera tenha resultados.