A bandeira vermelha – I
Nas especificações e notas atribuídas aos 11 quesitos que são levados em consideração na hora de definir o grau de risco para uma determinada região, a Serra – consequentemente Bento! – foi penalizada com a bandeira vermelha e suas restrições mais severas por culpa do estado. Está escrito, nas considerações apresentadas em power point, nesta segunda, 13, pelo governador Eduardo Leite: “a Região de Caxias apresentou piora em 1 indicador de Propagação da Covid-19 e melhora em outros 3”.
Como, então, a Serra e Bento passaram – e foram mantidas – para a bandeira vermelha?
A bandeira vermelha – II
Bento Gonçalves ficou com a bandeira vermelha porque no âmbito geral, o estado registrou piora em alguns indicadores. Também está escrito: “Pesou também para a região a piora nos indicadores de Capacidade de Atendimento do Estado. Com isso, a média final elevou-se e manteve-se novamente dentro dos parâmetros que determinam a bandeira final na cor Vermelha”. Ou seja, muito pouco ou quase nada adiantam os esforços de autoridades públicas e da livre iniciativa no sentido de fazer a população observar regras, aumentar a capacidade de atendimento e manter estabilizada a curva de novos contágios e óbitos.
A bandeira vermelha – III
Não sou técnico, ao contrário, sou leigo em áreas de saúde e suas estratégias na formatação de parâmetros para definir graus de risco de contágio como o coronavírus. Estou, portanto, no nível de 99,9% da população que não consegue entender com clareza absoluta os dados apresentados na hora de dizer que o comércio deve trabalhar com restrições severas, assim como indústrias e serviços em geral. A única linguagem que todo mundo entende é que o vírus está entre nós, e que, com as atividades econômicas proibidas na forma em que estão, o vírus vai continuar entre nós. Só que o governo e as autoridades não podem utilizar o idioma dos gregos quando se dirige a um povo que mal fala português. Se todos compreendessem melhor onde estão as falhas, talvez pudessem ajudar mais.
Numeradas
1 – Nesta segunda, ao final da sessão da Câmara de Vereadores, perguntei ao ex-secretário municipal da Saúde, Diogo Siqueira, se Bento voltaria à bandeira laranja ou seria confirmada a bandeira vermelha.
2 – Ouvi, dele, uma resposta ponderada. “Tudo é possível. Vi os dados e as argumentações. Não será surpresa se mantiver a bandeira vermelha”. Na mosca!
3 – Vereador Neri Mazzochin (PTB) foi parcialmente certeiro: “o governador (Eduardo Leite) está fazendo joguinho. Onde estão os dados científicos disso”, perguntou, sobre as verdadeiras razões que levaram Bento e região à bandeira vermelha.
4 – Mais uma do Mazzochin: “o que está acontecendo é uma politicagem para derrubar o governo central (da República) quebrando o comércio, a indústria e as empresas que prestam serviços”. Alguém duvida?
5 – Com a história da pandemia do coronavírus, bandeira laranja ou vermelha, parece que pelo menos um assunto caiu no esquecimento no âmbito do Legislativo de Bento: a permuta de áreas entre a Prefeitura e a Lex Empreendimentos Imobiliários. Nada de o projeto ir à votação do plenário.
6 – Duas rapidinhas:
– Tirem a caixa com os lápis de cor das mãos desse guri!
– Se o estado ficar todo vermelho, o Grêmio vai reclamar na Justiça.