Finalmente, Bento tem secretário de Segurança
E quando ninguém mais acreditava que o capitão Diego Caetano de Souza seria nomeado para o cargo que responde há quase um ano, na Secretaria de Segurança Municipal, eis que vem a surpresa. Após um encontro entre o governador Eduardo Leite e uma comitiva da Administração Municipal, onde, de acordo com fontes próximas, foi refrescada a memória do mandatário estadual sobre os funcionários do município cedidos ante os que o Estado nos cede, Leite assentiu com a troca temporária de cargo do Policial Militar. A verdade é que pegaram o “tucano” pelo peso na consciência. No mais, a nomeação de Caetano valida todo o trabalho que vem sendo feito em prol da comunidade pela pasta desde a criação, ainda com o major Marinho, além de dar aval para as próximas ações. Entretanto, cá entre nós, essa permissão poderia ter ocorrido há muito tempo. Além disso, o fato dessa nomeação ter sido publicada bem quando o prefeito Guilherme Pasin está de férias já vale como uma piada pronta, mas é melhor deixar para lá.
Águas de março
Todo ano de eleição municipal é a mesma coisa. Março marca a debandada de dezenas de secretários e adjuntos da administração municipal, forçados por lei a deixar seus cargos de confiança para concorrerem ao pleito. Raros são os casos de um titular que não se afasta por esse motivo em Bento Gonçalves. Desta forma, começa, mesmo que de forma temporária, a corrida dentro dos partidos de base para a substituição dos cargos. Da mesma forma, quem assume a titularidade de uma pasta raramente tem a expertise para tal tarefa, contudo tem implícita em sua nomeação a obrigatoriedade de “fazer campanha” para o candidato que cedeu a vaga, assim como os demais correligionários nomeados. É o mesmo velho ciclo da política brasileira, que premia a fidelidade partidária, mas pune a necessidade social. Em janeiro de 2016 o Semanário publicou uma matéria onde o então recém-eleito prefeito municipal afirmava que seu secretariado seria composto por técnicos e não políticos. Seu mandato está acabando, e pouco se viu neste sentido.
Policiamento inteligente
Há certo tempo o Semanário bate na tecla – por meio de editoriais e reportagens investigativas- de que é preciso investir em policiamento inteligente para combater crimes contra a vida. A força de agentes nas ruas do município é imprescindível, mas não surte o efeito quando o que está se combatendo é a luta por pontos de tráfico de drogas. Pois nesse mês, Bento completou mais de 30 dias sem assassinatos, um recorde para a cidade que estava no topo do Atlas da Violência. A provável origem da redução está em uma ação que resultou na prisão de cinco pessoas, além do recolhimento de drogas e armamentos, deflagrada em setembro de 2019, na localidade de Passo Velho. Esse fator só reitera o que há muito vem se debatendo, que o crime organizado precisa ser confrontado por meio da inteligência e uso da tecnologia em prol da segurança pública. Precisamos de mais investigação e menos repressão.
Agro é pop, agro é tech
O primeiro ano do governo Bolsonaro bateu o recorde histórico no número de agrotóxicos aprovados. Em 12 meses foi publicada no Diário Oficial da União a aprovação de 503 registros, 53 a mais do que em 2018. O mais polêmico é o Dinotefuran, que nunca foi aprovado para ser comercializado na União Europeia e está em reavaliação nos Estados Unidos. O agrotóxico faz parte da classe dos neonicotinóides, fatais para abelhas e polinizadores. No Brasil a molécula foi considerada “extremamente tóxica”, mas os produtos originados a partir dela foram avaliados como improváveis de causar “dano agudo”. É preciso refrescar a memória do leitor que há menos de dois anos, milhares de abelhas foram mortas no interior de Bento Gonçalves pelo uso de agrotóxicos. Da mesma forma temos que relembrar que diversos agrotóxicos considerados perigosos ao ser humano estavam presentes em análises da água na Capital do Vinho. Vamos esperar para que a última abelha morra e a água esteja inconsumível para colocar um basta nesta grande atrocidade contra a natureza e conscientizar os produtores de que há outras alternativas para manter as cultivares longe de pragas?
Conta de água poderá ficar mais barata
Tramita pelo Legislativo Municipal um Projeto de Lei Ordinária que visa possibilitar a instalação de equipamentos que eliminam o ar em canos do abastecimento de água. Com isso, o ar que normalmente é reconhecido por hidrômetros como consumo, não deverá mais aparecer nas contas. Entretanto, o custo do aparelho terá que ser pago pelo consumidor e instalado por técnicos da Corsan. Além disso, a norma obrigará que todos os novos equipamentos instalados após a vigência da lei deverão vir com a adequação já inserida. Levando em conta a qualidade do serviço que a estatal tem apresentado em alguns locais da cidade nos últimos anos, a proposta de lei pode auxiliar significativamente a redução de despesas ao consumidor. Esta é a essência que a comunidade precisa do Poder Público quanto ao zelo sobre serviços contratados para a população.