Fake News, o mal nosso de cada dia!

O mundo todo está assustado com as mortes provocadas pelo Coronavírus na China e pela rápida propagação e surgimento de casos em outros países. No Brasil, um caso suspeito chegou a ser investigado na cidade de São Leopoldo, mas os laudos descartaram a possibilidade. Até a tarde de ontem, nove casos suspeitos, todos com sintomas leves, estavam sendo investigados por precaução no território nacional. Mas, por aqui, alguém achou que “seria divertido” gerar conteúdo falso sobre o aparecimento de casos em Bento Gonçalves, criando apreensão e dúvida por toda a cidade. A mentira logo foi desvelada pela Secretaria de Saúde, mas a situação mostra que ainda não aprendemos a realizar os procedimentos mínimos antes de compartilhar conteúdo falso, como checar a origem e credibilidade da fonte e analisar a informação em outros veículos, além de não termos criado um senso de empatia social, pois algo desta natureza só gera preocupação, estresse e desmerece o trabalho de quem leva a sério o jornalismo. “Brincar” com este tipo de conteúdo sensível é algo atroz, perigoso e completamente irresponsável.

A base é sempre quem sofre

Como já registrado em diversos outros anos, a prefeitura de Bento Gonçalves passa por mais um atrito com contratados terceirizados em virtude de atrasos ou falta de repasses às empresas responsáveis. Desta vez, o imbróglio é com a CCS, que gerencia mais de 700 empregados em diversas funções do Governo Municipal. Conforme a reivindicação do sindicato, a Prefeitura não depositou os valores referentes a férias, propondo, posteriormente, o acerto parcelado, o que não foi aceito. Resultado: ação coletiva na justiça. Nisto, quem está “a ver navios” é o trabalhador, que além de receber quantias que beiram o salário mínimo, precisa passar por este ultraje antes de receber o que lhe é garantido por lei. Você há de concordar que raras são as ocasiões em que o Executivo Municipal revela déficits ou dificuldades financeiras durante entrevistas e discursos, mas parece que por trás das palavras a realidade parece ser bem diferente.

130% de probabilidade de dar errado

Na última semana, o Centro Revivi, que faz um serviço fantástico no combate à violência contra mulher, divulgou dados sobre atendimentos em Bento Gonçalves. Dentre estes, um chama a atenção: o número de reincidentes. De acordo com o levantamento, em 2019 houve um aumento de mais de 130% nestes casos quando comparado ao ano anterior. Dentre as justificativas, as já tradicionais dependências emocionais e financeiras, além de ameaças sobre filhos e promessas de mudanças no comportamento, o que raramente ocorre. Agressões e principalmente casos reincidentes acendem o alerta de que algo mais grave pode estar no horizonte de eventos em curto prazo. Afirmar que a violência contra a mulher não deve ser tolerada soa simples e óbvio. Na verdade, em pleno século 21 parece mesmo ser esta uma afirmação desnecessária, mas basta uma simples pesquisa ou conversa para vermos como ela se faz cada dia mais primordial. Muitas mulheres não procuram ajuda por medo, por vergonha, por se sentirem sozinhas ou mesmo culpadas pela agressão que sofreram. Isso é reforçado por uma cultura que reproduz papéis de gênero estereotipados e, ao naturalizar a submissão da mulher ao homem, acaba naturalizando a própria violência. Assim, não se pode falar em enfrentamento à violência sem falar em políticas de promoção da igualdade de gênero e de empoderamento das mulheres. A punição é importante, mas não basta. É preciso que esses casos não aconteçam mais. Esse é o cerne do que nós, como sociedade, precisamos entender. Prevenir para não remediar.

PPParticipe

Desde a quinta-feira, 30, o novo processo de Consulta Pública do projeto de Parceria Público-Privada (PPP) para modernização, gestão e expansão da rede de iluminação pública de Bento Gonçalves, está aberto. A etapa permite a manifestação da população durante 30 dias. Qualquer pessoa pode enviar sugestões ou questionamentos para a construção do edital e qualificação do projeto. Esta é a hora para quem tinha dúvidas sobre preços exorbitantes, má fé pública ou aproveitamento privado “tirar a pulga de trás da orelha” e questionar a Prefeitura. Faça valer seu direito como cidadão.