Vamos brincar de Reformas?
Qualquer pessoa, de mediana inteligência, desde que não fanática político-partidária, já deve ter percebido que nenhuma “reforma” de verdade-verdadeira está sendo cogitada. A primeiríssima reforma, a ADMINISTRATIVA, já deveria ter sido feita em 1988, quando da elaboração da ridícula “Constituição Cidadã”. Não o foi porque, escancaradamente, o que fizeram foi uma “proteção” corporativista de políticos e funcionalismo. Agora, quando Bolsonaro acenou com sua “reforma administrativa”, houve quem pensasse que seria séria. Não, o “vamos brincar de reformas” vigorou, intensamente.
Somos todos iguais?
Ah, a Constituição! Essa coisa aí afirma, com todas as letras, “que todos são iguais perante a lei”. Mas, qual lei, cara-pálida? Essa mesma coisa aí é que divide os “iguais” assim: existem os “iguais”, que são o povão ignaro e acomodado, e os “mais iguais”, que são a casta privilegiada, cujos “direitos adquiridos” continuarão intocados. Mas, os “dereitos adequeridos” dos “menos iguais” podem e são violados ao bel prazer dos governos de plantão e que, não raramente, são reeleitos. As tais de reformas “trabalhista” e “previdenciária” são a prova escancarada de “COMO MOSTRAR, CLARAMENTE” quem são os “iguais” e os “mais iguais”. Quem não percebeu isso é porque atingiu o grau máximo do fanatismo político-partidário. E a esses não adianta explicar nada. São os “cabeças-feitas”.
Acham pouco?
Pois agora estão inventando a reforma tributária. Digo “inventando” porque elas – a estadual e federal – preveem “dar com uma mão e tirar com as duas”. E não é difícil perceber isso. A carga tributária brasileira, que era no tempo de fhc de 24% do PIB, foi catapultada para 35% do PIB. Considere-se que o PIB brasileiro (em reais) partiu de 349,2 bilhões em 1994; chegou a 1,5 trilhões em 2002; atingiu 2,4 trilhões em 2006; rompeu 3,9 trilhões em 2010; chegou a 5,8 trilhões em 2014 e 6,3 trilhões em 2016 (isso em valores atualizados pelo IBGE e FGV, o que peço que seja conferido por quem olhe esses números politicamente). Calcule-se 24% sobre 1994 e 35% sobre 2016. Onde enfiam tanto dinheiro PÚBLICO?
Que reforma virá?
Diante dos números citados e considerando-se que os governos municipais, estaduais e federal entregaram para a iniciativa privada muitos serviços que ANTES eram de suas responsabilidades (como a abertura, pavimentação e manutenção de estradas e ferroviais, por exemplo), imagino QUANTO é a carga tributária REAL que pagamos. E vem um guedes da vida, ungido por Bolsonaro, falar em CPMF com novo nome? Só é favorável a isso um alienado mental ou fanático que tem muito dinheiro (esses são poucos, mas comandam a grande imprensa no sentido de “fazer a cabeça do povão”). A pergunta que não quer calar é, pois: Que reforma tributária virá, seja do Estado ou da União, com uma reforma administrativa ridícula que Bolsonaro está propondo ser que só será do funcionalismo do executivo federal?
Quem paga impostos?
Bem, em se tratando de IPVA os felizes proprietários de iates, barcos, aviões, helicópteros, motos aquáticas e veículos com mais de 20 anos, há uma “certa diferença” quando ao pagamento. Já as micros e pequenas empresas são obrigadas a cobrar de seus clientes um absurdo, ridículo e inconstitucional “Imposto de Fronteira”, que também é pago depois, sobre o montante de suas vendas. Já os detentores de grandes fortunas continuam sendo tratados à margem da tributação, enquanto os pobres e miseráveis pagam igualmente impostos sobre alimentação e remédios. E nem se fala no Imposto de Renda (na verdade, SOBRE SALÁRIOS), onde os “milionários” que recebem mais de R$ 1.903,98 mensais pagam. Que “reforma” é essa?
Ainda sobre a administrativa
Pois é, inacreditavelmente, a tal de “reforma administrativa” do Bolsonaro não passa de uma imensa falácia, tipo “engana-bobo”. Essa reforma é só para “os FUTUROS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS”, os atuais, muitos dos quais recheados de mordomias, penduricalhos e outras benesses, além de aposentadorias nababescas, continuam com seus “direitos adquiridos”. Inclusive “aumentos por tempo de serviço” (mesmo tendo estabilidade”. Então, com essa “reforma administrativa futura”, dá para entender o porquê do monstrengo chamado “reforma tributária’. Mas, haverá os que aplaudirão a “iniciativa”.
Últimas
Primeira: O que será que Queiroz, Wassef, suas esposas e filhas, Adriano, Witzel, Crivela, etc., tem a ver com as “rachadinhas”, com depósitos “atípicos” apurados pelo Ministério Público em contas específicas e com milícias? Acho que nada. É tudo invenção da “imprensalixo”;
Segunda: Já há quem pense que um possível recuo no acordo União Europeia com o Mercosul tenha a ver com as “mentiras” que são “inventadas” pelos “comunistas” sobre as grilagens de terras, desmatamentos e incêndios na Amazônia;
Terceira: O problema é que o Bolsonaro não está conseguindo “acabar com as ONGs” e elas estão “inventando” tudo isso. As imagens de satélite do INPE sobre a Amazônia talvez sejam “fakes”;
Quarta: Enquanto isso, o salário mínimo previsto para 2020 é de R$ 1.067,00. São mais R$ 22,00, o que significa OITO litros de leite a mais por ano; 3 kg de pão cacetinho; 4 kg de feijão. Não dá para se queixar, né? (ironia, viu?);
Quinta: Conversei com Anton Karl Bidermann sobre as reforma tributária do RS. Semana que vem comentarei o assunto tratado;
Sexta: Bolsonaro não incluiu nas novas regras os cargos de parlamentares, ministros de tribunais superiores, promotores, juízes e militares, categorias que têm algumas das remunerações mais altas no funcionalismo;
Sétima: Já leis de trânsito, continuam as mesmas. Por exemplo: dar seta para conversões não é infração; quebra-molas dentro dos parâmetros legais podem; ciclistas e motociclistas devem cumprir as leis de trânsito, etc., “tá okey?”
Oitava: Alô, amigos gremistas! Logo o Grêmio esquecerá os títulos de 2016 e 2017 e começará a tomar atitudes. A primeira foi a saída de Tiago Neves. Calma, portanto!