Desenha, prefeito Pasin!
Sempre que algo não é entendido por aqueles a quem são dirigidas as informações, se tornou comum dizer-se: “-Desenha que eles entenderão”. Está claro que aqui, em Bento Gonçalves, o Prefeito Guilherme Pasin, que baixou um Decreto e que fez várias lives explicando, está tendo dificuldades em ser entendido. Pasin, junto com vários prefeitos, convenceu o Governador Eduardo Leite a flexibilizar o “isolamento social”.
Desenha, prefeito Pasin! II
Com isso, foi permitido que empresas de vários ramos pudessem abrir suas portas, desde que atendessem algumas exigências, notadamente o USO DE MÁSCARAS – o que passou a ser necessário o uso também nas ruas e em qualquer lugar – por TODOS. Mas, pelo que se constata, há “cabeçudos” (minha mãe me chamava disso quando eu não cumpria suas ordens à risca) que insistem EM NÃO USAR AS MÁSCARAS. Essas pessoas pensam que é para proteger a elas próprias, mas são “atletas” e não precisam, fingindo NÃO SABER que é para a PROTEÇÃO DOS OUTROS. Então, prezado Prefeito, creio que SÓ DESENHANDO esses “cabeçudos” entenderão. Desenha, Prefeito Pasin!
Bolsonaro falou…
“-Tá falado”, dirão seus fiéis e incondicionais apoiadores. Porém, o que ele falou é terrível. Disse, com todas as letras (eu ouvi) que “-..70% vai ser contaminado. Se não for hoje, vai ser semana que vem, mês que vem, é uma realidade”. Bem, se ele acertar essa, teremos, brevemente, mais de 150 MILHÕES de brasileiros contaminados pelo coronavírus, não é mesmo? Creio que, pelo menos nisso, seus seguidores torcerão para que ele erre. Enquanto isso, muitos prefeitos, governadores e secretários da saúde estão rezando para que a pandemia seja controlada, ANTES QUE o sistema de saúde entre em colapso.
A realidade
A verdade, a triste realidade, é que em TRÊS dias foram diagnosticados mais de 10 mil novos casos de infectados. Isto é preocupante para todos os que estão na linha de frente, como secretários, médicos, enfermeiros (as), atendentes e outros. Nós, certamente, pelas medidas tomadas pelo Prefeito Pasin e pela equipe formada pelo Hospital Tacchini, conseguimos manter a pandemia sob controle, com poucos casos. Mas, esta semana a Dra. Nicole, porta-voz do Tacchini, mostrou preocupação pelo aumento no número de infectados. Nossa realidade é, pois, esta: QUANTOS MAIS PUDEREM FICAR EM CASA, MELHOR. Não podemos correr o risco de obrigarmos o Prefeito Pasin a decretar ISOLAMENTO HORIZONTAL, ou seja, fechar tudo novamente.
Preços abusivos
Tem sido uma constante a reclamação pelos preços abusivos encontrados. Em quase todos os produtos, inclusive os que não têm ligação alguma com a estiagem ou com a pandemia. Houve, sim, aumentos consideráveis nos preços de produtos ligados à saúde, como luvas e máscaras. A explicação é esta: praticamente 90% vem da China, importados, pois, e com o dólar a R$ 5,50 (ontem), com as importações lentas e a imensa procura, a tendência dos preços é, sim, AUMENTAREM. Mas, claro que a pesquisa de preços é absolutamente necessária, bem como a checagem da qualidade do que se compra.
Os empregos
Não há um brasileiro que não esteja temendo a perda de empregos. Qualquer pessoa, mesmo de mediana inteligência, sabe que UM EMPREGADO compra e, portanto, consome, movimentando a cadeia da economia: as fábricas produzem e empregam, o comércio vende e emprega e os empregados compram. Dizer-se que o circulo virtuoso da economia é o EMPREGO é chover no molhado, é o óbvio-ululante. Por isso é que a recuperação do desastre que a economia MUNDIAL SOFRERÁ com a pandemia do coronavírus preocupa tanto: o desemprego crescerá e com ele o caos da economia. Falam em PIB de 5% negativo em 2020, no Brasil? Pois eu aposto em mais, muito mais do que isso.
Fazer o quê?
Aqui, no Rio Grande do Sul, o Governador pode fazer algo importante para conter o desemprego. A ex-governadora Yeda Crusius (aquela que “convenceu” que tinha conquistado o “déficit zero”, mas não explicitou que foi porque vendeu 3 BILHÕES do Banrisul e fez um empréstimo de 1,1 BILHÃO de dólares) recebeu a “sugestão” de inventar o chamado IMPOSTO DE FRONTEIRA (ou Diferencial de ICMS) que só é pago pelas micro e pequenas empresas, ALÉM do Simples, que já inclui o ICMS e impostos municipais, bitributação, pois.
Simples: fazer isso!
Somem tudo isso a um monstrengo tributário chamado “Substituição Tributária”. Pois bem, então, que tal o governador acabar com o Imposto de Fronteira e com a Substituição Tributária, exigindo que as micros e pequenas empresas EMPREGUEM UM FUNCIONÁRIO em troca? Não é de hoje que sugiro isso.
Últimas
Primeira: Tribunal de Contas da União decidiu que o polo de pedágios de Pelotas tem preços muito altos. Bah! Mas, só agora? Eu estou escrevendo aqui, na coluna, desde 1996 que são abusivos. Demoraram, hein?
Segunda: Leis trabalhistas foram mudadas pelo ex-golpista Temer (repito: ele que disse isso) para que “fossem criados dois milhões de empregos”. Mas, até fevereiro, ANTES da pandemia, ninguém havia informado o número de empregos criados, né?
Terceira: E eis que a carteira de trabalho verde/amarela é criada, com a promessa de mais milhões de empregos. Agora vai?
Quarta: Bolsonaro disse, sexta-feira (de manhã), para a “imprensalixo”: “-Vocês erraram tudo, ontem”, referindo-se às informações da demissão do chefe da PF e do pedido de demissão do Moro;
Quinta: Porém, na 6ª feira às 11h10min o próprio Sérgio Moro surge e faz um pronunciamento de 40 min que foram uma “tripla” bomba de Hiroshima, pedindo DEMISSÃO. A “imprensalixo” estava certa, MAIS uma vez;
Sexta: Bah! Até o ministro Onix foi fritado por Bolsonaro. Justamente aquele que foi o parceiro de todas as horas e que recebeu o cargo na Casa Civil (depois trocado por um general, sem explicações maiores). Pois ele disse que pagaria a SEGUNDA PARCELA do auxílio de R$ 600,00 até 6ª feira e na 5ª feira isso é negado por Bolsonaro;
Sétima: Como se tudo isso nãos bastasse, o ministro Araújo diz que a “OMS é comunista”, e o corrupto confesso Roberto Jeferson vira “consultor” no Palácio do Planalto passa a ser “amigo”;
Oitava: Mais: Bolsonaro faz reuniões com lideranças políticas do Congresso, do “Centrão”, buscando apoio;
Nona: E quem noticia tudo isso é qualificado como “petista-comunista”. Tudo isso durante uma pandemia mundial. Pobre Brasil!