EMPATIA
As águas de março estão prestes a chegar. E, com elas, o retorno – mais intenso – dos notórios problemas urbanos. E esses problemas são, em grande parte, relacionados ao trânsito e, nesse quesito, se fala em TODOS os nele envolvidos, inclusive os pedestres normais ou os eventuais, que são os condutores que se deslocam com as próprias pernas. Com esse introito, abordarei o que se nota, diariamente, em nossa cidade e que se intensificará em março. Para começar, a definição de “empatia”: “Capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de aprender do modo como ela aprende…” Dito isso, vamos aos fatos.
EMPATIA NO TRÂNSITO
É fato notório que “empatia”, no trânsito de Bento Gonçalves, é coisa rara, seja de parte de condutores ou de pedestres. Comecemos com os pedestres. Alguma vez, prezado leitor, algum pedestre já demonstrou entender que “parar um veículo é bem mais difícil do que ele parar”? Algum pedestre, que estava na calçada, distante da faixa de pedestres, entendeu que você estava parado para que o ou os pedestres pudessem passar e que ele, por EMPATIA, deveria esperar aqueles parcos segundos para que você continuasse? Algum pedestre já parou para que você, que estava numa rampa de um estacionamento (como no Shopping Bento, por exemplo), pudesse acessar a rua? Caberia se falar em empatia neste caso?
EMPATIA NO TRÂNSITO II
Algum pedestre demonstrou, alguma vez, saber que atravessar fora de faixa de pedestres é perigoso e indevido e que o condutor pode não o estar vendo? Exemplo claro é cruzamento da rua Saldanha Marinho com a rua Mário Mônaco, onde que vem pela Mário e quer converter à esquerda e olha para sua direita, que é de onde vem o fluxo de veículos e ao seguir, não raro, se vê diante de pedestre “sem noção”, atravessando ali, onde não há faixa de pedestres. Já aconteceu comigo várias vezes e a frenagem foi forte para não atropelar o inconsequente.
EMPATIA NO TRÂNSITO III
É comum se ver condutores pisando no freio abruptamente em razão da travessia de pedestres na Saldanha com Mário Mônaco. A pergunta é: por que a Prefeitura não coloca aquelas cercas metálicas para impedir que pedestres atravessem? Preferem jogar TODA a responsabilidade nas costas dos condutores se há solução tão fácil e há verbas para isso, como a fortuna que pagamos de IPVA e as multas? O risco de atropelamentos ali é constante. Faltaria aqui EMPATIA por parte da prefeitura?
EMPATIA NO TRÂNSITO IV
Mas, falemos de empatia por parte de condutores de veículos. Em março, com mais veículos transitando, notadamente em horários “de pico”, isso será recorrente. Algum veículo precisará acessar a rua ou entrar em alguma via preferencial, em qualquer horário (Bento já tem um ou mais veículos por habitante, não é mesmo?), e precisa esperar para que alguma “alma caridosa” lhe dê espaço. Por que será que a EMPATIA é tão rara no trânsito “bentense”? Será que alguns segundos – que é o tempo necessário para o outro veículo acessar a via – vai mudar muito a vida de outro condutor? Será que não seria bem interessante que a prefeitura, que arrecada muuuuitttoooo com impostos de veículos, não poderia promover campanha de conscientização da EMPATIA no trânsito local? Para pensar…
É OBRIGAÇÃO LEGAL
Mas, no quesito “sinalizar manobras”, saímos da “empatia” para entrar no aspecto LEGAL. Quando qualquer pessoa aprende a dirigir, obviamente aprende que aquela “haste misteriosa” que está logo abaixo do volante serve ATÉ PARA SINALIZAR manobras. Ora, ora, vejam só! Quem diria que um “jênio” iria te uma grande ideia dessas, né? Antigamente, se usava o braço; depois saia um “mestiereto” da coluna da lateral esquerda do carro para sinalizar a manobra. Então o “jênio” inventou a sinalização luminosa, acionada pela tal de “haste misteriosa” (para muitos motoristas bentenses é, sim, “misteriosa” pois a desconhecem). E não é que o Código de Trânsito Brasileiro tornou OBRIGATÓRIA a sinalização de manobras? Mas, muitos motoristas decidiram, por conta própria, ignorar a lei. Ou não?
DPVAT
Por mais incrível que possa parecer, há quem tenha “achado bom” a extinção do seguro obrigatório, DPVAT. Ignoram, certamente, que não chegam a 20% dos veículos brasileiros cujos proprietários fazem seguro voluntário e raríssimos têm seguro de acidentes pessoais. Assim, as vítimas do trânsito dependem do SUS e de Deus, mas ficam órfãs de assistência para seus dias parados. Os “do contra” devem rezar para não serem vítimas, caso não tenham um ótimo Plano de Saúde e um também ótimo seguro de acidentes pessoais.