Pedágios?

Quando, na década de 1990, no governo antonio brito, denunciei o absurdo que estava sendo criado com o pedagiamento de “polos”, com cercamento das principais cidades do Estado, fui detonado pelos “sabidos” de todos os setores, notadamente da imprensa, na qual muitos comunicadores foram regiamente pagos para “vender a ideia” aos incautos, convencendo-os das “maravilhas” que os pedágios trariam. Como eu LI as licitações e LI os contratos, não me foi difícil, por ser alfabetizado, perceber que estávamos diante não de “pedágios com objetivo de beneficiar a população”, mas de uma provável “ação entre amigos”.

Demoraram, mas viram!

Pois demorou muito tempo para que todos os alfabetizados, como eu, e que sentiram no bolso a farsa pedagiadora, assumissem que “se enganaram”. Hoje são raros os que ainda não perceberam o atentado ao bolso dos motoristas que foi cometido. Olívio Dutra tentou mudar o absurdo. Foi detonado porque os “jênios” se recusavam a admitir que erraram ao aceitar as excrescências e alegavam “SEGURANÇA JURÍDICA”. Todos os demais governadores “deixaram tudo como está para ver como ficaria”. Coube a Tarso Genro colocar um paradeiro na “farra pedagiadora”. Criou a Empresa Gaúcha de Rodovias – EGR – para administrar parte dos pedágios que foram transformados em “PEDÁGIOS COMUNITÁRIOS”. Atualmente, são QUATORZE.

Como era…

Antes da intervenção de Olívio Dutra, as rodovias pedagiadas eram administradas por concessionárias que, praticamente, não tinham nenhuma obrigação, a não ser as precárias manutenções que faziam (quem não lembra os remendões entre Caxias e Farroupilha?). Em resumo, as felizes concessionárias arrecadavam fortunas dos otários pagadores de pedágios e contabilizavam os lucros. E o povo continuava pagando as precaríssimas manutenções das estradas vagabundas em que não existiam pedagiadoras de plantão.

Mudanças ocorreram…

Quando Tarso Genro anunciou o fim das concessões pedagiadoras e a criação de empresa pública, a ERG, o então PRESIDENTE DA SETCERGS (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado), José Carlos Silvano, afirmou, claro, alto e bom som, “DEFENDEMOS PEDÁGIO PÚBLICO E COMUNITÁRIO, GERIDO PELA EGR”. E disse mais, referindo-se ao fim dos contratos privados de pedagiamento: “É o fim de uma história negra para o Rio Grande do Sul”.

E mais foi dito…

Já o então presidente da ASSURCON (Associação dos Usuários de Rodovias Concedidas da Serra Gaúcha), Juarez Colombo, afirmou: “Parabéns ao governador. É o primeiro governo que toma decisão concreta no sentido de atender o que a sociedade pedia. Sempre defendemos que o modelo ideal é o comunitário. São tarifas módicas com resultado positivo para a sociedade, que paga, mas vê retorno”.O então presidente da SERCERGS, José Carlos Silvano, disse mais: “Os fundos arrecadados pela EGR não irão para o Caixa Único do governo, pois os pedágios públicos não visam lucro e assim o dinheiro irá para a melhoria das estradas”. Isso foi feito pela EGR? Claro que não! Mesmo não investindo nas estradas o dinheiro, Sartori consegui atrasar o pagamento de salários do funcionalismo e as rodovias sucatearam.

E agora?

Agora, quando o lícito, o correto, o óbvio a ser feito por TODAS AS LIDERANÇAS POLITÍCAS e de ENTIDADES seria EXIGIR do governo Leite que determinasse para a EGR o investimento nas rodovias (NÃO NO CAIXA ÚNICO), eis que essas lideranças se aliam ao governo para FERRAR a população, concedendo LUCROS para “felizes concessionarias”, talvez ESTRANGEIRAS, como algumas que já estão instaladas no Brasil. Detalhe é que a chamada grande imprensa está, novamente, “vendendo a ideia” das “maravilhas” dos pedágios.

Convençam, se puderem!

Quem sabe o governo e seus fieis assessores, juntamente com as entidades “aliadas” e a “imprensa amiga” consigam convencer a VIDA INTELIGENTE do Estado que PEDÁGIOS PRIVADOS podem duplicar e melhorar rodovias como o dinheiro arrecadado, COM SEUS LUCROS, e o GOVERNO não pode fazer o mesmo, SEM VISAR LUCROS. Pelo menos, TENTEM convencer!

Últimas

Primeira: Mas, o assunto é extenso porque afetará TODOS nós. As quatorze cancelas de pedágios serão aumentadas para VINTE E DUAS (por enquanto, pois mais virão) e suas tarifas serão acrescentadas nos custos das mercadorias que compramos;

Segunda: Querem saber mais? Pois saibam que os míseros ONZE QUILÔMETROS de Carlos Barbosa a São Vendelino, na RS-446, também serão pedagiados. A previsão é de tarifa de R$ 5,10 a R$ 6,81. Que bom, né?

Terceira: E tem mais “boas notícias”. “Eles”, os nossos “representantes”, dizem que farão AUDIÊNCIAS PÚBLICAS para discutir e ouvir a população. Podem rir! Qualquer pessoa, de mediana inteligência, sabe para que fazem essas “audiências”;

Quarta: Coisas escabrosas estão acontecendo no Brasil, pouco ou nada noticiadas pelo crescimento da pandemia. A Câmara e o Senado, devidamente “aderidos” ao governo bolsonaro por conta de “emendas parlamentares”, detonam a Lei de Responsabilidade Fiscal e fazem “coisinhas” para PRIVATIZAR a ELETROBRÁS. E o povo, omisso e ignaro, fica quietinho;

Quinta: Mas, por que a preocupação com a alimentação do povo? Com o preço que colocaram o botijão de gás, muitos milhões de brasileiros não terão com o que cozinhar, mesmo;

Sexta: Aliás, o superministro Guedes e a ministra Tereza Cristina já têm solução. Guedes sugere que as “sobras de restaurantes” e Tereza sugere que os alimentos vencidos ou vencíveis a curto prazo sejam doados a pessoas carentes, miseráveis, para alimentá-las. Esses dois darão o exemplo, comendo junto?

Sétima: Dólar a R$ 5,00 na sexta-feira. Será que Guedes assumirá a sua incompetência? E o gás, 6% mais caro; energia elétrica, 20%, e assim caminha o Brasil;

Oitava: Pelo andar da carruagem, os gremistas estão perdendo as esperanças de qualquer coisa positiva em 2021. Três derrotas consecutivas. E isso que o Brasileirão seria priorizado. Será que, agora, o TIME será prioridade, amigos gremistas?