Sinuca de bico
Não, não, quem conhece o jogo sabe que a atual situação não só brasileira, mas mundial, é muuuuiiiitooo pior do que sinuca de bico, inclusive com 6 bolas na frente da bola da vez. A situação é essa: se ficar, o bicho come; se correr, o bicho pega; se voar…vem, teremos que analisar se o “piloto” é confiável e aí, com essa perda de tempo, o bicho devora. Por isso tudo é que se ouve muitos dizerem que não queriam estar na pele dos prefeitos, governadores e do presidente. Sinuca de bico, para sair, só mesmo o Rui Chapéu…e ele já não está entre nós. Então, oremos!
A dura realidade
A situação está tão complicada que o governo quer congelar salários de servidores até o final de 2021. Claro que os que sentirão fortemente isso serão os que ganham pouco, mas a soma dos salários deles é menor que a dos apaniguados. Sabem todos eles, porém (será que se deram conta, mesmo?), que a queda brutal da economia que o Brasil e o mundo sofrerão será imensa, sem precedentes. E sabemos TODOS NÓS que é absolutamente impossível, inviável, aumentar-se impostos numa situação dessas. Será, então, que somente congelando salários a situação poderá ser contornada? Aposto que não. Nós perderemos empregos e empresas, mas isso refletirá no pagamento do funcionalismo. E não será só “parcelamentos”. Quem viver, verá?
Sacrifício nos quatro poderes
Será que os membros diretivos dos três poderes, Executivos, legislativos, judiciários e forças armadas estão conscientes do que está por vir? No Rio Grande do Sul já estão discutindo os DUODÉCIMOS – parcelas mensais da arrecadação do Estado que deve, constitucionalmente, ser repassada aos demais poderes -, com todos sabendo, certamente, que algo FORTE deverá ser feito, sem esquecer, também, que o povo já não é mais tão cordato e submisso. Qual será o sacrifício deles?
Câmara de vereadores
A exemplo de Caxias do Sul, que por meio de uma iniciativa de Ricardo Daneluz (PDT), presidente da Câmara, defende a diminuição de 23 para 17 vereadores. Sandro Trevisan (PSB), presidente, é a favor de que o Legislativo farroupilhense passe de 15 para 13 vereadores. E há muitas mais, como Novo Hamburgo e São Leopoldo, por exemplo, que querem reduzir o número de vereadores. Aqui, em Bento, temos tínhamos 11, mas, sem mais, nem menos, eles, os próprios, aumentaram para 17. Será que pensam em reduzir para 9, talvez? Alguém acreditar nisso?
Estrutura fantástica
Será que agora, diante das mudanças radicais que teremos no Brasil e no mundo, poderemos esperar mudanças também na POLÍTICA, tais como redução de TUDO o que existe no Brasil e que nunca deveria ter existido, pois a capacidade de pagamento da população foi extrapolada há décadas? O número de deputados estaduais e federais, o número de senadores (será que precisamos de senadores, mesmo?), número de vereadores e se devem ou não receberem salários nababescos, tendo UMA sessão por semana (em Bento, com 21 vereadores não remunerados, havia, na década de 1970, uma sessão semanal e TRÊS funcionários, existindo, ainda, Monte Belo, Santa Tereza e Pinto Bandeira como distritos). Essas “necessidades” deverão vir à pauta, certamente, diante da crise que viveremos.
Estrutura fantástica II
E além de tudo isso, temos, também, a estrutura de funcionários. O Senado Federal é muito superior a SEIS MIL. E há, também, centenas de funcionários cedidos por outros órgãos, como a INFRAERO (42), para o Senado. Contabiliza-se, também, 3.766 aposentados (cujos familiares continuarão recebendo ao seu falecimento). Vale a pena acessar o Portal da Transparência do Senado. É revoltante como 81 senadores podem dispor de tamanha estrutura funcional, paga por nós, povão omisso, tendo serviços públicos como saúde, educação e segurança pública (que alguns “jênios” defendem como sendo “a única atribuição que o Estado deveria ter) quase nulos. E confesso que não tive coragem de pesquisar no Portal da Câmara dos Deputados. Sabe lá o que encontraria.
Auxílio emergencial
O valor inicial, proposto por Bolsonaro, através do seu guru, Paulo Guedes, foi de R$ 200,00 (quem quiser poderá conferir e comprovar), mas o Congresso Nacional emendou e passou para R$ 600,00. Esperavam que algo em torno de 30 milhões de pessoas se habilitariam a receber tal valor. Surpresa!!! (só pra eles, claro). O número deverá chegar a 70 milhões ou mais, de pessoas que buscarão o benefício, inclusive quem NÃO TÊM esse direito, como militares, por exemplo. O preocupante nisso tudo é que ninguém, de sã consciência, sabe o quanto e por quanto tempo esse auxílio emergencial deverá ser pago.
Últimas
Primeira: Lembro bem que houve um tempo em que alguns “jênios” diziam que o Bolsa Família era para COMPRAR VOTOS. Nesta coluna, reiterei que era para salvar vidas;
Segunda: Pois bem, mudou o governo, o benefício continuou, até o 13º para o Bolsa Família foi criado. E os defensores do “é para comprar votos” pararam de dizer isso. Menos mal que eles tiveram ficha para cair;
Terceira: Nelson Teich é o novo defenestrado por Bolsonaro (o nono, em 15 meses). Quando escrevi que o governo deveria ter “porta faroeste” (as “vai-e-vem”, sabe?) teve quem não entendeu;
Quarta: Ouvi muito minha mãe dizer que “convivência só não pega perna quebrada”. Pois eis que Hamilton Mourão, vice-presidente, em artigo no jornal O Estado de São Paulo, sem nenhum constrangimento, comprova isso;
Quinta: Ele responsabilizou em artigo publicado nesta quinta-feira no jornal O Estado de S. Paulo a imprensa, os governadores de estado e os integrantes dos demais Poderes da República pelo que chamou de “estrago institucional” que, na visão dele, “está levando o país ao caos”;
Sexta: Pois é, a mesma “imprensalixo”, assim qualificada petistas, é atacada agora e igualmente assim qualificada, por bolsonaristas. É o melhor atestado de imparcialidade que a “imprensalixo” poderia receber;
Sétima: E enquanto tudo isso ocorre, o chamado “Centrão”, que são os deputados e senadores que ANTES se posicionavam independentes do governo Bolsonaro, já são aliados;
Oitava: Aconteceu o que eu cansei de escrever aqui, na coluna, ANTES das eleições de 2018 e que era sabido por qualquer pessoa de mediana inteligência, que acompanha e se informa sobre a politica brasileira;
Nona: Ainda sobre o auxílio emergencial, por que será que o governo não pediu a colaboração das prefeituras, que são responsáveis pelo Bolsa Família, para identificar e conceder o benefício? Algo a ver com as eleições de 2020 e 2022?