É para quebrar!
Pois é, a gasolina teve autorização de aumento de absurdos, irreais, inacreditáveis 3% (TRÊS POR CENTO). Como é que pode haver um aumento tão elevado? O último aumento tinha sido em 29 de novembro de 2013, de 4% (quatro por cento). Por que não esperaram mais uns dias para fechar um ano? Querem, mesmo, quebrar o povo brasileiro. Vejam só os aumentos que aconteceram (preços médios): em janeiro de 1998 a gasolina estava a R$ 0,85; em dezembro de 2002 (quando fhc deixou a presidência) estava R$ 2,25 (um módico aumento de 164% em cinco anos). Esta semana abasteci em Canoas a R$ 2,65 ao litro, com o que se constata um aumento de quase 18% (em DOZE anos). No período de janeiro de 2003 a outubro de 2014 o IPCA (índice da inflação oficial) foi de 95,6%. Com essa “inflaçãozinha” de 95,6% tiveram a “coragem” de aumentar a gasolina em “absurdos” 18%. É para quebrar ou não?

Falando sério
Que fique bem claro que os valores e percentuais tomados foram “médios”, com exceção do valor que paguei por litro de gasolina aditivada em Canoas domingo último. Por isso, poderá haver alguma diferença entre percentuais e valores da gasolina dependendo dos parâmetros utilizados. Outra comparação é esta: Como o salário mínimo de julho de 1995 – R$ 64,79 – se comprava 116 litros de gasolina, cujo preço era, em média, R$ 0,56. Em novembro de 2014, com um salário mínimo de R$ 724,00 se compra em Canoas 273 litros de gasolina e aqui, em Bento, no posto mais barato, que custa R$ 2,89, se compra 250 litros. Em dólares, em julho de 1994, a gasolina custava US$ 0,56 e em outubro de 2014, US$ 0,91, com aumento, em dólares, de 63%. Mas o salário mínimo subiu, em dólares, 361%. Então há que se perguntar: foi mesmo, “abusivo” o aumento de 3%?

E há outro fator
Nos últimos tempos tem havido um massacre midiático contra a Petrobrás e ao governo em razão da “defasagem dos preços dos combustíveis”. Renomados economistas também não pouparam críticas ao “represamento dos preços”. A alegação dos “preços internacionais do petróleo” era, também, um dos motivos das críticas. Alguns postos chegaram a aumentar, “por conta do provável aumento a ser autorizado pela Petrobrás”, seus preços nas bombas. Dias depois baixaram (o posto de Canoas, que vendia a R$ 2,56 aumentou para R$ 2,72 e agora reduziu para R$ 2,65) por não haver motivo para o tal aumento. O que deve ter surpreendido muita gente não foi o aumento da gasolina. Foi, sim, o percentual: 3%, convenhamos, é bem menor do que os aumentos concedidos aos salários de todas as categorias profissionais no período e da inflação oficial. Mas, será que esse aumento de 3% (que, nas bombas, COM CERTEZA, será beeeemmmm maior – como sempre – apesar de ter reflexo menor que 3% no custo dos postos, já que 25% é o álcool anidro, que não teve aumento, ficando, pois, em 2,25% no máximo) irá reduzir o fluxo de veículos nas ruas e rodovias? Duvido! Ah, sim, como sempre a Coluna está à disposição para contrapontos.

Quem rouba mais?
Tem sido muito comum se ver, ouvir e ver gente falando de políticos que roubam, que são corruptos, que deveriam estar presos, etc. Mas, quem são, afinal, esses políticos? A que partidos pertencem? A resposta, obvia-ululante para pessoas de mediana inteligência, não fanáticas por partidos e que não tenham moral, ética e honestidade seletivas, é uma só: Em TODOS os partidos – nos 32 que existem atualmente – há corruptos. Tenho insistido ao longo do tempo sobre isso. “Não há virgens na zona política brasileira”. “Partidos são todos farinha do mesmo saco”. Mas, há quem prefira ou goste dos corruptos do partido pelo qual simpatizam, abominando os corruptos dos outros partidos. Esses são os “seletivos”, os que querem “mudar o Brasil”. Mas, será que corruptos e ladrões existem só no seio de partidos políticos? Claro que não e as constantes ações da polícia federal e do ministério público provam isso. Não dá, pois, para se apontar, de sã consciência, quem rouba mais.

E quem são os indiciados?
Bem, aí “depende, né”? Sim, depende de quem são e/ou a que partido pertencem. Corruptos do PT, do PMDB, do PP, do PTB e outros já foram julgados, condenados e presos. Mas, “estranhamente”, há quem não tenha que se preocupar com “essas coisas”. O senador do PSDB resolveu seu problema facilmente: renunciou ao mandato. Com isso teve o seu processo (o do “mensalão do PSDB”) baixado do Supremo Tribunal Federal e enviado para a justiça de Minas Gerais, tendo “direito do duplo grau de jurisdição” (deverá prescrever ali mesmo) . Qualquer estudante do primeiro semestre de direito perguntaria: – “Mas, por que esse mesmo tratamento não foi dado aos que, em outros processos, também tinham esse direito (sem renunciar, estrategicamente ao mandato de senador), como foi o caso do Pizzolato e outros?”. E o que dizer dos escândalos de repercussão mundial do “trensalão paulista”, onde bilhões já foram roubados em VINTE ANOS? Um procurador da república “arquivou em pasta errada” (pasmem!) por três anos pedidos de investigação de indiciados pela justiça suíça. Como se pode ver, não dá para citar “quem rouba mais”, mas sim “quem é ou não processado pelos roubos que comete”. O “trensalão paulista” vai proporcionar muitas “prescrições e impunidades”, como a “privataria tucana”, certamente. Mas, os corruptos de alguns partidos são melhores que os corruptos dos outros. Esse é o Brasil de dois partidos: do PT e do ANTIPT, medindo quem abriga mais corruptos, baseados nas condenações e denúncias, não nas ações comprovadas.