Nesta quinta-feira, 7 de novembro, Bento Gonçalves foi uma das cidades do Rio Grande do Sul que teve suas ruas e residências alvo da Operação Deadcoin, conduzida pela Polícia Federal (PF). A operação tem como foco desmantelar uma organização criminosa que estaria envolvida em um esquema de estelionato em larga escala, praticado contra milhares de vítimas, com o objetivo de lavar dinheiro oriundo de crimes financeiros.
Além de Bento Gonçalves, a ação envolveu outras cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, incluindo Caxias do Sul, Portão, Três Coroas, Sapiranga, Joinville, São Miguel do Oeste, Chapecó e Jaraguá do Sul. Ao todo, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, sendo dois deles em Bento Gonçalves, nas residências de suspeitos de envolvimento no esquema.
A PF detalhou que o grupo criminoso atuava oferecendo promessas de investimentos com rendimentos exorbitantes, muito além do mercado financeiro convencional, atraindo um número considerável de vítimas. Inicialmente, as vítimas eram induzidas a acreditar na viabilidade do esquema, recebendo lucros sobre os primeiros depósitos. No entanto, após a realização de novos investimentos, os pagamentos cessavam, e os valores depositados não eram mais devolvidos, ficando bloqueados sem qualquer justificativa.
A investigação revelou que o grupo também utilizava mecanismos complexos para a evasão de divisas, transferindo dinheiro para paraísos fiscais, além de realizar compras de bens de luxo, como imóveis e automóveis, no exterior. Esses recursos, obtidos de maneira ilícita, eram usados para dar uma falsa aparência de legalidade ao dinheiro proveniente do estelionato.
Além de Bento Gonçalves, a PF apreendeu diversos documentos e ativos financeiros nas demais cidades onde foram cumpridos mandados. Em Caxias do Sul, por exemplo, um dos investigados teve sua prisão domiciliar autorizada, sendo equipado com tornozeleira eletrônica, enquanto outro teve o passaporte retido para evitar a fuga do país.
A organização criminosa, segundo a PF, será investigada pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, além de crimes contra o sistema financeiro nacional. As penas somadas para os envolvidos podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela PF, mas a investigação segue em andamento, com a expectativa de novos desdobramentos nas próximas semanas.
Fotos: Polícia Federal / Reprodução