O ser humano vive em busca de desafios. É de nossa natureza. Queremos desafiar e sermos desafiados. Logo, hoje em dia, a maioria se desinteressa imediatamente após ter ficado com aquela pessoa que TANTO queria. Mas será que queria tanto assim? Ou era só mais um desafio?
Porque os homens (em maioria) se esforçam tanto para tão pouco? “Bom dia, boa tarde, boa noite, dormiu bem, como foi seu dia”. Expressões que deveriam ser, genuinamente, sinceras, como um afago, um carinho, um gesto de preocupação para nos sentirmos especiais.
Nunca me viu e quer saber como foi meu dia, você nem sabe o que eu faço! Tem como imaginar que essa pessoa realmente se importa? Sinto o cheiro de cilada de longe, Bino.
Mas, como de praxe, essas técnicas são utilizadas no maldito jogo da conquista. E depois de um ou dois encontros (eu disse apenas UM OU DOIS ENCONTROS), a sensação de perigo e os hormônios diminuem. E ele some. Como se tivesse sido levado para o programa de proteção à testemunhas. Você acha que ele sofreu um acidente.
Depois de engolir a seco vários dias sem receber uma mensagem, você percebe que nunca mais vai vê-lo. Chega a pairar uma dúvida se realmente aquilo aconteceu ou foi um sonho, e quer tentar entender o que deu de tão errado.
Estamos no século 21 e já não estaria em tempo de os homens saberem que as mulheres podem não querer um compromisso? Que mulheres ficam por interesse puramente sexual, quando assim querem, sem precisar ser amaciadas com ‘conversa para boi dormir’, porque são donas e proprietárias dos seus próprios narizes?
Seja natural, demonstre interesse genuíno, não julgue pelo primeiro encontro, não tenha medo, pois não levamos o vestido de noiva na bolsa e nós também trabalhamos com o tal do desinteresse, e usamos muito bem, por sinal.
Esse jogo de sentir-se em perigo torna-se um vício, de querer cada vez mais, que seu corpo sinta toda aquela adrenalina. De uns tempos para cá, os primeiros encontros nunca tiveram uma segunda chance, sem terem a menor curiosidade do que poderia vir depois.
Somos ensinados assim, e para muitas áreas da vida, não só na amorosa. Tanto que, depois que conquistou alguém a gente relaxa, e só volta com investidas se sentir que é necessário. Somos assim, só nos damos conta da vida quando existe uma real ameaça. Quando estamos perdendo o emprego, quando a crise aparece, quando nosso crush está “diferente” ou não sai do celular.
Mulheres também somem, com tanta ou mais maestria, sim. E o motivo? O mesmo. Não querem nada além do que já tiveram e nem o que já tiveram. Seja por falta de adrenalina ou por não ter rolado química. O sininho não tocou. Mas tem uma coisa que nem homem nem mulher lembra, é que não somos descartáveis, que somos seres humanos, e que apesar dos desejos, merecemos um mínimo de respeito, conversar e não ser visto como simples objeto. Certeza que na identidade diz que não nascemos ontem, então honremos nossas calças.