Líderes de órgãos da segurança pública de Bento falam da vocação por trás da luta diária que é reconhecida no dia 21 de abril, como dia do policial civil e militar

O feriado de 21 de abril, que homenageia Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, não é marcado somente pelo sacrifício do homem que foi símbolo da inconfidência mineira, mas também aos policiais civis e militares que se dedicam atualmente a população. Tiradentes, dentre muitas de suas profissões, também foi militar, e sua imagem foi posteriormente acionada como patrono dessas profissões arriscadas e vitais para a segurança pública.

Em Bento Gonçalves, as duas forças policiais homenageadas nesta data atuam em muitas escalas para manter a ordem e justiça na Capital do Vinho. Para entender melhor essa escolha de profissão, o delegado da 1ª Delegacia de Polícia Civil (1ªDP), Renato Nobre, e o comandante do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3ºBPAT), Artur Marques Barcellos comentam sobre o trabalho e a paixão.

A Polícia Militar e a luta nas ruas

Apesar das duas frentes policiais serem igualmente visadas nessa homenagem junto ao patrono Tiradentes, elas possuem diferenças cruciais dentro daquilo que as cabe executar. A Polícia Militar, expressada como Brigada Militar no Rio Grande do Sul, exerce o policiamento ostensivo. Os agentes vão às ruas para repreender qualquer ato ilegal, visando sempre a manutenção da ordem social. Eles são os agentes fardados que os bento-gonçalvenses comumente veem fora das bases, realizando abordagens e prisões.

Fazer isso não é uma tarefa simples, como explica o comandante Barcellos, que destaca a necessidade de uma aptidão, quase como um chamado, para que alguém possa defender a sociedade em todos os pontos. “Falando a meu respeito e de todo policial militar, realmente é uma vocação, pois é uma atividade que a gente se doa para comunidade e pessoas, mesmo aquelas que a gente não conhece”, explana.

Os serviços desses agentes não giram em torno de somente andar pelas ruas e agir quando necessário. Eles são o contato direto entre os cidadãos e as forças de segurança, pois quando alguém precisa, eles farão a linha de frente para defender a liberdade de cada um. Isso, conforme aponta Barcellos, é uma ligação clara entre o Tiradentes, que lutava pela liberdade do país, com a Brigada, que também luta no mesmo sentido.

Por conta de suas obrigações, os policiais militares acabam entrando frequentemente em conflitos. Sendo uma primeira resposta da segurança, os agentes são alvos de criminosos em diversas situações, que trazem riscos para a vida daqueles que seguem essa profissão. “Da mesma forma que o Tiradentes perdeu a vida enquanto lutava por liberdade, o policial vai às ruas para proteção da comunidade mesmo com risco da própria vida. Ele sai de casa sem saber se vai voltar”, pondera.

Polícia Civil e o trabalho constante

Diferentemente do policial militar, o civil atua na área investigativa, reunindo as provas de um crime para entender tudo que ocorreu, podendo prender o criminoso responsável. Dificilmente os agentes civis são vistos fora das delegacias, pois ficam na base averiguando tudo que ocorre de delituoso na cidade, preparando operações e solucionando casos.

O delegado Nobre, que há mais de sete anos atua como policial, diz que escolheu essa profissão pelo gesto de servir a sociedade. Ele admira os frutos visíveis do trabalho da Polícia Civil dentro de uma sociedade e sempre quis contribuir nisso. “Isso motiva nosso trabalho. Saber que geramos frutos e que são perceptíveis para uma melhoria na qualidade de vida das pessoas”, analisa.

Em Bento Gonçalves, Nobre destaca que o trabalho da polícia, juntamente com outros órgãos de segurança, está justamente fornecendo esses resultados visíveis para a melhora da segurança pública. Segundo ele, o município vem demonstrando bons indicadores em relação aos vários delitos possíveis, e isso vem gerando benefícios aos bento-gonçalvenses.

As duas frentes policiais, apesar de terem atribuições diferentes, atuam diariamente juntas, pois o trabalho de uma inicia onde termina o de outra. Um indivíduo pode ser detido por um policial militar, mas é o civil que irá indiciar e seguir com a prisão. Portanto, um serviço complementa o outro, e as forças completam a segurança da cidade.