Parece inimaginável nos dias de hoje, com tantos recursos tecnológicos, faltar organização nos ambientes de trabalho. E eu não falo de organização física, como mesas atenuadas e documentos ordenados. É a organização do fluxo de trabalho que merece atenção especial. Em um mundo em que tudo acontece o tempo todo em uma velocidade assombrosa e as demandas são cada vez maiores, mais complexas, mais desafiadoras, com menos prazo e menos budget, eleger prioridades e estratégias de gerenciamento não são tarefas fáceis.
E é aqui que entra a necessidade de organização extrema. As mentes criativas das agências estão acostumadas (mesmo não sendo nada fácil) a criar com deadlines insanos. Até aí tudo bem. A questão é que o resultado da soma de muitas demandas + prazos cada vez menores + budgets desafiadores + falta de organização, só pode resultar em problemas. Seja pela criatividade rasa, noites viradas trabalhando, insatisfação com o resultado final, desalinhamento de equipe, burnout ou qualquer outro resultado negativo, a falta de organização atinge todas as esferas do trabalho de maneira agressiva e, muitas vezes, irreversível.
E a organização começa com cada um. Não se cria uma equipe altamente alinhada do dia para a noite. É preciso exercitar a auto crítica, conversar aberta e horizontalmente com todos os componentes e mais do que isso, estar aberto a aprender, desaprender e reaprender. Às vezes ficamos muito presos em modelos ultrapassados de comportamento, processos ou atitudes, mas é necessário se questionar e reinventar diariamente para não cair na mesmice. Quando estamos cansados, precisamos aprender a descansar e não a desistir. E se a equipe, o job ou a agência valem a pena, é indispensável desenvolver uma rotina de organização. Na pior das hipóteses, é possível enxergar o foco (e não a pessoa) do problema. Na melhor, todos trabalham mais felizes e com mais autonomia.
Diego Leporati
Jornalista e produtor cultural