Muitas pessoas estão repensando as formas de comemorar. Aglomerações e viagens são evitadas para proteção dos grupos de risco
Está chegando ao fim um dos anos mais atípicos já vividos na história. Situações diferentes marcaram 2020, como o fechamento de comércios, uso de máscaras, álcool em gel, distanciamento social, entre outras práticas para manter a saúde de todos. Diante disso, o Natal é um momento de reflexão, de repensar comportamentos e recarregar as energias junto à família. Porém, para a proteção dos grupos de risco, realizar viagens e estar com muitas pessoas pode ser perigoso, por isso alguns estão reconsiderando as formas de comemorar.
A comerciária Andressa Somensi Didone optou por não fazer os eventos familiares tradicionais, como nos outros anos. “Não vamos passar da maneira que a gente gostaria, mas não deixaremos de estar juntos. Iremos ficar em casa, com menos gente, com os cuidados que precisamos ter, mas em família, da mesma forma”, afirma.
Andressa explica que as aglomerações vão ser evitadas, mas que as comemorações por terem superado um momento difícil são necessárias. “Nossa família não é numerosa, mas tem que ter o contato humano. A gente precisa ter esse acolhimento e estar junto, com alguns cuidados e de máscara, vamos nos reunir”, salienta.
A tradição da família Somensi Didone é de realizar a ceia todos os natais, além da troca de presentes. “Isso vai permanecer. Acho que esse ano mais do que qualquer outro a gente vai prezar pela reunião, por ter sido atípico temos que valorizar ainda mais os momentos passados juntos”, pensa.
Apesar de tudo, Andressa acredita que existem muitos motivos para agradecer. “Acho que a palavra para esse ano é gratidão, ela vai tornar os momentos mais especiais ainda. Vai ser uma ocasião para comemorar a vida, agradecer o fato de a gente poder estar ali com as pessoas que amamos”, conclui.
Separados pela distância
Para Salete Maria Orbach, que tem dois filhos, também vai ser um Natal diferente. Isso porque o filho se mudou há pouco mais de um ano para João Pessoa, na Paraíba, e somada a distância com a pandemia, ficou inviável reunir a família para realizar a ceia. Dessa forma, não vai ser possível ver os netos Nicolas e Lucas.
A tradição, anteriormente, era fazer uma ceia e realizar a troca de presentes. Porém, dessa vez a casa vai estar mais vazia, apenas na companhia da filha Michele Gosmann. Mesmo assim, devido às dificuldades de 2020, vai ser um dia para compartilhar bons sentimentos. “É um momento com mais amor, mais união e tem que ser porque nessa pandemia a gente precisa estar em harmonia, ter mais carinho ao ser humano, sem maldades e cada um na sua casa com a família”, acredita.
O significado da data para a aposentada, entretanto, vai muito além de reuniões de família e ceias. “É o nascimento de Jesus. Só que, infelizmente, o ser humano não está tendo consciência do que está acontecendo então o mundo está muito revoltado”, conclui.
Fotos: Arquivo pessoal