*Adelgides Stefenon

Estamos completando 150 anos de imigração italiana no Brasil e vamos completar esse aniversário ano que vem em nossa cidade.

Estive analisando o crescimento e desenvolvimento de Bento e pensei em escrever esse artigo para uma boa reflexão do que todos nós fizemos até aqui e dos desafios que enfrentaremos no futuro pensando sempre em ajudar na reflexão sobre um melhor amanhã.
Fizemos muito.

Muito na indústria moveleira, vinícola, plástica, de máquinas e equipamentos, alimentícia, metal-mecânica, alimentícia, vestuário e outras mais. Fizemos muito no comércio; também fizemos muito nos serviços como no turismo, na logística, nos sistemas de informação, nos hotéis e restaurantes, nas feiras e convenções, no esporte e também nas atividades públicas.

Fizemos, sim, muito. Isso é bom mas o futuro é incerto e receitas passadas podem não conduzir aos mesmos resultados num mundo em constante transformação.

Entendo que nossos setores industriais, embora pujantes e fortes, são considerados tradicionais onde a base tecnológica e de produtos está alicerçada muito mais em tecnologias existentes e dominadas por muitos países do que por inovação, diferenciação, novos consumidores e novos sistemas de produção e novas tecnologias.

A reflexão é: será que o que nos trouxe até aqui conseguirá sustentar nosso desenvolvimento ali na frente? Será que não carecemos de novas tecnologias, novos mercados, novos produtos e de inovação? E as cidades inteligentes precisam de mais aprofundamento dos poderes públicos, apesar do apoio atual que se vê, mas necessitamos continuar a nos desenvolver na esfera pública também.

Por exemplo: o mercado brasileiro de móveis representa 1% do mercado mundial (aprox.). Temos 99X mais consumidores no mercado internacional, portanto. Por que será que exportamos pouco ainda, apesar de muitos exemplos positivos? O setor vinícola, também pujante como o moveleiro e outros, é um setor de cluster (nicho de mercado) com empresas normalmente pequenas quando se considera o mercado global.

Temos que refletir sobre isso e fortalecer nosso Bento+20 que pensa o futuro e atividades como o InovaBento, fóruns de inovação, feiras nacionais e internacionais, digitalização de serviços públicos, pesquisa de mercado e busca de novos consumidores.

Fortalecer o que se tem é o primeiro caminho. Mas encontrar novos caminhos, principalmente na educação, inovação e na internacionalização dos mercados é minha sugestão. Cidades inteligentes e resilientes, na esfera pública, também deve ser o caminho.

Bento já deu muitos passos e um dos mais recentes é o Bento+20. Lá estão diretrizes e muitos caminhos de futuro. Participam 30 entidades mais os poderes executivo e legislativo. Reforcemos essa iniciativa, reflitamos sobre nosso futuro e o construamos juntos tendo a consciência que precisamos melhorar e melhorar, sempre.

*Ex-presidente do Bento+20 e empresário