É uma peça que existe em todas as pessoas só que nem sempre está ligada. Quando o “flagrometro” está desligado, incomoda todos os outros e quase esgota a paciência.
Para ter certeza de que não está funcionando é só observar o comportamento de alguns “desligados”.
Exemplos:
Na fila do pedágio, quando o seu carro é o próximo, aquele motorista da frente, desligado, chega para pagar e só então vai puxando a carteira do bolso de trás, que o cinto de segurança complica, procura a nota mais velha, completa com um troco que está no console do carro e, quando recebe o troco, repete toda a operação. É o “flagrometro” desligado.
Outra situação é na fila do caixa do supermercado. Chega aquela “fulana”, com a baita bolsa, cheia de lugares secretos, e na hora de pagar não acha a carteira, na carteira não acha o cartão de crédito, entrega para a caixa o cartão do TACHIMED, recebe de volta desculpando-se, enfia a cabeça na bolsa e por fim despeja tudo no balcão e comemora: – “Esqueci em casa e vou pagar em dinheiro”.
O “flagometro” está desligado, ou não veio instalado.
Já vi gente soquear o volante do próprio carro só porque o motorista de um dos carros da frente ficou de papo com um motoqueiro até que o sinal mudou do verde para o amarelo e então se foram. Sobrou o vermelho e mais um tempinho na espera. Dê-lhe soco.
E quando você está na fila da lotérica, louco de pressa para ir embora, e tem aquele que faz um joguinho por vez. Quando você pensa que tudo terminou, que a casa já está paga e com o troco devolvido ao fulano, ele puxa a conta de luz lá do fundo do bolso e emenda: – “Essa conta eu vou pagar com o cartão de crédito”.
Dá vontade de dizer: – “Vê se te flagra, tchê!”. Mas é “mió calá”, como diz o mineirinho.
Nas minhas orações tenho rezado: – “Não deixeis que eu desligue o “flagrometro”, dai-me paciência, amém!.