Provavelmente já ouviram daquela famosa frase de Albert Einstein, que diz ser a coincidência a maneira que Deus encontrou para permanecer no anonimato. Considerando que se trata de cientista que revolucionou a Física, é bom darmos um crédito a ele.
Então vamos a estranhas “coincidências” noticiadas pelas mídias sociais, que deixaram muita gente com a pulga atrás da orelha. O caso mais recente aconteceu logo aí, em Novo Hamburgo, na biblioteca da Universidade. Um cachorrinho morador de rua entra naquele estabelecimento, “pata ante pata”, escolhe uma prateleira, abocanha um livro e sai por onde entrou. Pelo caminho, a obra lhe cai da boca, ele tenta recuperá-la, mas não consegue, por causa do excesso de saliva. Um cidadão que observa a cena, recolhe o livro lambuzado e o devolve à bibliotecária. Bom, até aí, nada de tão assombroso, afinal, o vira-lata até poderia ser um amante da literatura. Surpreendente é o título do livro escolhido: “Dias de Abandono”, que conta a história de uma mulher após a separação, sendo que ela própria tem um cachorro.
A afetividade entre um ganso e um dependente químico também merece reflexão. Um rapaz de 23 anos, internado numa fazenda de reabilitação, em Santa Rosa, mantém uma amizade inusitada com essa ave que é arredia por natureza. A amizade não surgiu assim do nada. Houve um período de aproximação, em que ambos foram interagindo até a confiança permitir uma relação de camaradagem entre os dois. A comunidade terapêutica surpreendeu-se com as demonstrações de carinho de parte a parte e acredita que isso vai ajudar o jovem a superar o problema.
O verdadeiro amigo não esquece apesar da distância. Essa afirmação é provada por um aposentado que vive nos confins deste Brasil, próximo a uma praia. O amigo em questão é um pinguim que, em 2011, chegou até a casa do viúvo solitário, encharcado de óleo. Depois de lavar, cuidar e alimentar a ave, o homem libertou-a para que retornasse ao mar, afinal, disse ele, “ninguém prende amigos”. O pinguim foi e voltou. E continua indo e voltando até hoje, para viver em companhia de seu salvador cerca de oito meses do ano.
E tem a história, não menos verdadeira, do cara que foi salvo pelo cachorro, embora de forma indireta. O homem apresentava problemas de saúde em consequência de sua obesidade, por isso procurou um médico na esperança de conseguir algum tratamento milagroso, mas, ao chegar à farmácia, fica surpreso com o remédio indicado na receita:
“Adote um cão”. Seguindo o conselho, compra um border-collie, que logo lhe exige uma mudança de comportamento. Com as longas caminhadas, o homem emagrece e passa a ter uma vida saudável. (Estou até pensando em trocar minha dog(inha) por um hot dog… Opa! Por um big dog).
“Coincidências” acontecem a toda hora, mas somos arrogantes demais para percebê-las, ou muito racionais para admiti-las. Geralmente as catalogamos como meras coincidências, que também podem ocorrer… Mas uma dúvida razoável pode pintar, não é verdade?!